Por que crescemos?
Por que deixamos aquele mundo perfeito? Sim, o saudoso útero materno... Era tão bom, mas daí sofremos o primeiro despejo! Daí choramos... Reclamos, como se pudéssemos ser compreendidos. Como se fosse possível retornar. As primeiras portas fechadas - a primeira lição que as coisas jamais voltam. Antes pudessem voltar como, na fantasia que iríamos adquirir ao longo do desenvolvimento, mas era apenas fantasia. A primeira expressão de reparar o que jamais se conserta.
Por que crescemos?
Por que crescemos para logo diante do sufoco, buscarmos o conforto da infância? Quando queremos voltar e corrigir os erros que jamais esquecemos.
Nunca nos perdoamos... Perdoar-se a si mesmo é tão difícil. Primeiro porque o espelho nunca retruca e segundo porque acabamos por achar que não somos convicentes...
E assim a gente vai envelhecendo...
E continuamos na contra mão... Permanecemos a remar contra a maré, sabendo que isso é inevitável. Somos uma música que logo irá terminar... Como velas que queimam por certo tempo e então restará apenas a lembrança da singela fumaça que somos. Nada somos! Somos apenas uma alma aprisionada em corpos. Somos sonhos que nos impulsionam. Somos a frenética vontade de criar uma história legal, aquela com final feliz!
De fato...
Somos apenas um crescer sem querer.
Uma corrida indeterminada e contínua.
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