segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

AS PAUSAS QUE A VIDA DÁ



De um lado da sala alguns choram seus mortos. São corpos jovens, velhos… Há crianças também! São invólucros de sonhos dissipados – são cascas sem recheio algum; não há mistério. Do outro lado da rua, são os olhos divertidos que fitam o novo ser – é um bebê que inunda tudo com sua ingenuidade! Representam sonhos e esperanças “… Como não se comover com eles e como não sensibilizar-se com os que bruscamente são tomados de nós. Independentemente se encerra-se ou inicia-se uma vida, é preciso estar atento, melhor, estar sensível para as pausas que a vida dá. Cada morte e cada nascimento são marcos de um tempo entrelaçado – são as histórias que passam a existir em nós mesmos. Nunca morrem. 

O problema é que nada mais vemos… Nada mais enxergamos! E não se exige tanto assim. É o sorriso tímido de uma senhora que adentra a uma loja e que fita você – por que não sorrir de volta? É um ex aluno que lembra de você em determinado centro da cidade – para que fingir não reconhecê-lo? Mas a sensibilidade também nos faz enxergar o ódio, a inveja de tantos e tantos. Será que não percebem que é tão nítido? São sacos vazios – logo; logo serão levados pelo vento de suas próprias iras! Há muito ódio no mundo, isso é indiscutível! Há rancor gratuito em tantos e tantos – se exaltam e demonstra a feiura que os torna o que são.


Eu particularmente aprendi a me afastar de “ligeiros agressores” - aprendi a respeitá-los e a compreender suas feridas… Mas não se pode domar monstros! Não se pode tranquilizar demônios alheios. É papel de cada um o “domar” de suas iras, o enfrentar de seus demônios e o franco aperfeiçoamento de suas singularidades… Cada de um de nós tem esse dever! É comprometimento moral não? 


Seja em sala de aula, seja na cantina ou no cinema com um amigo… Seja onde estiver e no tempo que vier a ser, sinta a pausa da vida! Chore, ria, ame… Respeite! Se cale, por que não? Escute e veja o quão frágil você é. A vida nunca foi segurança e a morte nunca foi um fim! Há um gigantesco e elaborado ciclo… Estamos presos uns aos outros! Iluminamos e dividindo o mesmo céu e tal qual astros, há um tempo fugaz.


Os olhos, sempre são os olhos… Ou estão cerrados ou nos fitam de modo incompreensível! São como ponteiros que mensuram nossa existência. Os mantenha sempre bem abertos… Preserve-os. Fica o convite: menos ira e mais compreensão – menos arrogância e mais consciência! Menos inveja e mais apreciação. Por que um dia retomaremos a pausa que coincidiu com nossa própria existência, mas uma pausa de fim.