quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Feliz Natal e Próspero Ano Novo


O tempo passou depressa... Hoje estamos com o coração acelerado pelas festividades do natal e na garganta guardamos o brado para o NOVO que chega. E nessa odisséia, onde as mulheres buscam o peru no ponto certo e os homens abastecem o frizzer com cervejas variadas para brindar os fogos... Venho desejar meus votos de "tudo de bom"; "Boas Festas"  - e realizações.

Agradeço ao carinho de todos os amigos da blogesfera... Meu muito obrigado à todos que leram as minhas idéias -  aos que não concordaram, aos que assinaram embaixo... Aos que comentaram, aos que pegaram emprestado. Meu sincero obrigado e desde já...

Desejo um Feliz Natal à todos os amigos e amigas! Um Próspero Ano Novo e que com ele surjam cada vez mais oportunidades e aquela dose (bem pequena) de dificuldade - só para não esquecermos que a luta pelo que sonhamos é o fermento que faz a massa dos planos crescer.

Um abraço... Um beijooo e vejo vocês no Ano que vem.



TEXTO: Rockson Pessoa
IMAGEM: http://tudoprasuafesta.blogspot.com/2010/11/natal-guirlanda-de-rolhas.html

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Por favor, nos devolvam os monstros...



Vejo com certa preocupação esses tempos. Hoje quando vamos ao cinema encontramos cartazes que estampam vampiros galãs e desejamos de certo modo sermos como eles... Bonitos, charmosos e eternos... Se nós (adultos) por vezes desejamos, como será que reagem as crianças quando assistem tais filmes?

Há alguns anos atrás, foram os Monstros S.A., depois vieram às bruxas boazinhas que enfeitiçavam para o bem, e após elas veio uma onda de magia surpreendente. Agora observamos a proliferação de vampiros encantadores. Minha crítica não é contra o gênero... Acredito na expressão da arte e a divulgação da mesma - minha preocupação reside em quem assiste. A maioria dos amigos que lêem o blog são adultos e  maduros para lidar com isso tudo, mas não posso dizer a mesma coisa das crianças.

Temos privado a nossa geração do medo, dos temores e do fantasioso que propiciará a elas uma internalização "adaptativa" do bem e o mal - e a partir dessa sutil distinção, a compreensão do certo e do errado – daí a gênese dos valores mais complexos como a ética e moral. As crianças hoje em dia, não têm uma definição das figuras do mal... Entenda-se aqui, como as figuras clássicas: o monstro, o lobo, lobisomens, vampiros, bruxas... A morte. As crianças têm sido iludidas a desejar papéis controversos. Observamos no Rio de Janeiro, nessas últimas semanas, a polícia invadindo os morros e reconquistando territórios. Neste momento as crianças já querem ser policiais, outrora isso não se observava - elas queriam ser "donos de morro" -  queriam ser bandidos! Esse recorte mostra como os pequeninos são vulneráveis.

Esquecemos a pedagogia do medo... Não digo que devemos espancar as crianças, torturar, nada disso! Existem estágios do desenvolvimento e a partir deles vivenciamos a dor da morte e a angústia da separação... Todos passamos por isso – elaborando o medo através da fantasia. Hoje os pais não lêem  mais livros para os filhos. Na verdade muitos têm sido negligentes e assim por ingenuidade pensam que ao mostrar filmes de seres mágicos, estarão permitindo algo bom. Da mesma forma que acreditam “piamente” que joguinhos de lanhouse são inofensivos! Existe muito mais nos filmes, nos desenhos... Não quero entrar num enfoque espiritualístico, nada disso! Digo o que compreendo – o mundo simbólico é algo sério e desde nosso desenvolvimento como seres humanos, ele foi indispensável para a construção do mundo interno e da sociedade. Será que alterar a ordem das coisas não repercutirá de alguma forma? Penso que sim...

Crescemos ouvindo histórias e estórias e nelas residia: o bicho papão, o homem do saco e etc.  De alguma forma esses seres fantasiosos e reais, nos permitiram compreender que existiam criaturas para serem temidas e assim na nossa inocência - relacionamos "o fazer certo" como proteção. O medo faz parte do rito humano - os gregos com suas mitologias  já buscavam incutir a idéia de se respeitar os deuses, pois do contrário você poderia ser castigado, por exemplo, Prometeu que tinha o fígado devorado todo o dia (observamos aqui uma perspectiva de reparação - não de morte, pois o fígado se regenera – assim a mensagem pode ser interpretada assim: o erro pode impelir em morte, mas o castigo não).

Desejo filmes verdadeiros... Quero ver a face do mal ser estampada de verdade! Quero ver vampiros bonitos, mas que cumpram seu papel e assim, matem, chupem o sangue... Quero ver lobisomens que despedaçam suas vítimas e também quero que os lobos tragam o medo enigmático dos homens... Quero na fantasia o tal “preto no branco”, porque no mundo real isso não existe. No mundo real os lobos que matam, são homens e pais de família; os vampiros não têm medo da luz e se escondem em Brasília. – as coisas são multicoloridas... Mas para compreender isso, se faz necessário à existência de estágios. Se nós, adultos nos enganamos, como acreditar que as crianças não?

Precisamos dos monstros da fantasia... Na verdade eles nos constituem! Infelizmente vivemos um antagonismo. Na Internet, pedófilos seduzem as crianças - as mesmas que foram enganadas pela idéia de que o mal pode ser bom. Nas ruas adolescentes se drogam - quem sabe iludidos por um pensamento de que problemas podem desaparecer por passe de mágica!

Quero monstros de verdade! Quero que eles apareçam de “cara limpa” - para que os pequenos possam viver seus ritos e para que nós possamos confortá-los e estabelecer laços que são perdidos a todo instante. Desejo que nossas crianças voltem a compreender que devem andar pela estrada e jamais pegar atalhos, pois existe sim um lobo mau... Como podemos esperar isso delas se difundimos uma idéia perigosa de pseudo-heróis? Os pequenos precisam da fantasia para o entendimento de que o sorriso bonito pode esconder na verdade, o traiçoeiro beijo da morte...


TEXTO: Rockson Costa Pessoa
IMAGEM: cyberdiet.terra.com.br/

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Entre o amar e o perder


É impressionante o quanto negligenciamos os sentimentos alheios,  destes muitos sentimentos, quero debruçar-me sobre o amor... 

Quem de nós não deixou aquele "alguém" sair de nossas vidas por um descuido? Quem nunca perdeu a pessoa amiga e amada por falta de respeito, cuidado ou atenção? Penso que a lista é grande, afinal faz parte do rito humano: perdas e ganhos; dissabores e prazeres; sonhos e desventura...

Deveríamos obrigatoriamente no início de uma relação simular términos, quem sabe isso pudesse poupar uma perda real futura... Desde o berço aprendemos a lançar para longe os brinquedos, pois esperávamos que nossos pais nos restaurassem o perdido... Com o passar do tempo alguns de nós assimilamos esse comportamento e de tal forma, ainda agimos como crianças inconseqüentes, que assim vão negligenciando sentimentos, corações e relacionamentos.

É uma pena observar que certas pessoas não percebem que corações não são brinquedos! Que a vida das pessoas não é mero objeto, por mais seres objetos que elas possam ser. E assim enxergamos pessoas querendo "resgatar" um sonho interrompido, como se amar fosse sinônimo de "a prova de tudo", ledo engano. Deveríamos aprender que tudo na vida necessita de um cuidado. O amor da mesma forma, só se mantém vivo, a partir de atenção, compreensão, carinho, respeito, afeto e outros demonstrações , que por vezes consideramos banais, mas que são muito importantes.

É claro que muitos desses dolorosos acontecimentos de rompimento e término propiciam um amadurecimento e assim descobrimos que há limites para tudo e todos. Infelizmente há pessoas que demonstram não assimilar tal idéia - de que existe mais em jogo na relação, afinal, sentimentos desvairados e egoístas são penalidades nesse campo. Para se amar se faz necessário a conjugação do verbo renunciar... Mas quem quer renunciar? Os sujeitos de hoje trazem o gene da individualidade e assim querem tudo a preço de nada, a partir disso observamos casais que casam, mas mantém a identidade de solteiro. Isso é um complicador na medida que facilita um conflito de papéis e habitualmente resulta no término da relação. Como esperar que crianças egocêntricas saibam dividir o berço? Enquanto os sujeitos não compreenderam a necessidade da renúncia,  continuaram no confllito dos seus berços  ideatórios.

No amor reside à própria perda... Diferentemente da paixão que se fixa na fantasia buscando o ganho deliberado - o amor já surge com a emergência de perdas: da individualidade, da essência egocêntrica e somente com essa morte e a busca pela elaboração do perdido, podemos avançar em busca de uma identidade de casal. Quando amamos perdemos a prática das coisas banais que nos definiam como solteiro e passamos a  fazer uso (incorporamos) de novos costumes que permitirão a constituição de uma nova realidade como pessoa, fato necessário para a gênese do relacionamento maduro... No amor ocorre a perda presente do indivíduo a partir de uma flexibilidade madura de que essa perda no hoje permitirá um ganho para o casal em um futuro próximo e/ ou distante.

Maturidade não é reflexo de um desenvolvimento biológico apenas, é a junção deste com o progresso psíquico dos sujeitos. Para crescer é necessário investimento e desejo, porque crescer é chato! Afinal enquanto temos na retaguarda uma pseudo-segurança, jamais alçaremos o vôo - ficaremos no ninho de nós mesmos e com o passar do tempo seremos estranhos em berços desconfortáveis. Enquanto não arriscarmos os primeiros passos em busca de um adequado papel, nos conformaremos em arremessar oportunidades, relacionamentos e até mesmo a vida, como crianças birrentas e medrosas que engatinham e se negam a avançar... E quando constatarmos que o quebrado nem sem sempre se conserta e que o lançado não volta na maioria das vezes... Teremos acordado em um novo cenário - a tal realidade adiada e negligenciada, que cobrará seu preço.

TEXTO: Rockson Pessoa
IMAGEM: http://salvesalveessanega.blogspot.com/2010_05_01_archive.html

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Seres humânicos


Hoje é corriqueiro o termo "produtos orgânicos", tal categoria engloba uma série de alimentos sadios e limpos que são cultivados sem agrotóxicos e sem fertilizantes químicos. Quem pensaria que um dia chegaríamos ao pleonasmo de desejar o orgânico do orgânico? Mas vivemos esse resgate pela naturalidade das coisas... Afinal pelo passar do tempo acabamos por alterar até a natureza dos organismos.

 Há alguns anos atrás o SUS (Sistema Único de Saúde) iniciou um programa no Brasil,   a “Política Nacional de Humanização", que em linhas simples, visava propiciar aos usuários do serviço público um atendimento mais humano - é contraditório, mas o que se observava em muitos centros de saúde era um atendimento deficiente e incoerente.  É importante refletir sobre isso, na medida em que nos deparamos com a problemática de se humanizar o humano... Essa emergência surge na constatação infeliz de uma falta do aspecto humano nas pessoas. Infelizmente os humanos de hoje não são apenas pessoas que tratam mal os outros, eles matam também por motivos mesquinhos e banais. Temos de refletir sobre nosso cotidiano, sobre nossa essência e perceber se nos falta e se temos permitido "polimento social" em nossos filhos. Temos criado produtos nocivos... Pessoas com pestes na alma e com corações de pura terra dura e seca.
 
Será que nas próximas décadas teremos indivíduos que poderão ser chamados de seres humânicos? Pessoas que trazem em sua essência: educação, valores, bons hábitos e costumes. Não digo que exista um roteiro pré-determinado, as pessoas não são robôs, mas o básico é aceitar as diferenças, respeitar e permitir um ambiente social propício para o bem estar físico, psicológico e social das pessoas... Infelizmente a maioria das pessoas “é cultivada” com hábitos tóxicos e se formam cheias de vícios e traços de personalidades nocivas para si e para os outros. São como essas verduras com uma linda aparência, mas que trazem em sua constituição venenos silenciosos...

Os produtos orgânicos apresentam um lugar de destaque nos mercados e até nas bancas mais humildes, de maneira geral são produtos mais caros, em virtude de um maior investimento de pessoal e pelo aumento do tempo/ produto, pela retirada de produtos orgânicos e químicos que fazem com que ocorra uma produção em tempo menor. A maioria das pessoas não vê com bons olhos esses produtos. Querem pagar o menor preço possível e pouco se importam se alface, por exemplo, veio de uma lavoura em Chernobyl - o que vale é ser barato!

No Brasil, penso que no resto do mundo também, pouco se tem valorizado as pessoas de bem. No território nacional é visível o drama dos professores, que de maneira figurada são nossos "agricultores", são eles que lidam com nossas crianças e filhos. O que se esperar de professores tão mal remunerados? Afinal assim como as verduras, o governo quer pagar o mais barato possível... Os professores ganham mal e as autoridades não conseguem perceber a importância de nossos mestres. A educação assim como uma boa horta leva e tempo e investimento, como comparar com o concreto não é mesmo? Deve ser por isso que hoje os políticos só visam obras magníficas, não se importando muito com a qualidade dos usuários. Não enxergam a regra simples: Professor mais valorizado é igual a um profissional mais motivado e isso gera alunos melhores, pessoas melhores... Está diante do nosso nariz, mas educação é algo clichê e banal - um perigo!

Espero que um dia possamos valorizar as coisas como elas são. Assim teremos alimentos realmente naturais e limpos e pessoas genuinamente humanas e verdadeiras, até lá vou tomando cuidado com a beleza que me chega aos olhos... E vou cultivando a sensibilidade de perceber o que é natural, para poder não levar na sacola da vida, pessoas artificiais e "estragadas" e quando em casa chegar, ensinar meus filhos a preparar uma salada natural, para que aprendam desde cedo o valor do correto e do certo.


TEXTO:
Rockson Pessoa
IMAGEM: http://www.estadao.com.br/

Divulgação



Queridos amigos da blogesfera...

Gostaria de divulgar a obra do meu amigo Manoel Lanzer. Seu livro No Silêncio de nossas iras, traz uma reflexão oportuna por meio de uma escrita moderna e inovadora. Eu já devorei e recomendo o cardápio intelectual...

Gostaria de falar mais sobre o belo trabalho, mas minha função é deixá-los em estado de extrema curiosidade!

Interessados em adquirir a obra em questão favor acessar o link: http://manoelianzerpoesia.blogspot.com/

Uma boa leitura






Rockson Costa Pessoa

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Porque o mal não está lá fora...



Recordo-me da minha infância... Nas tardes corríamos como loucos e comumente chegávamos em casa com alguns arranhões, era a prova das peripécias de uma infância sadia. Eram tantas brincadeiras e tanta aventura que o tempo era pouco, para nós de pouca idade.


Quando o sol já se escondia, e os sons eram orquestrados com maestria - tudo silenciava, nossos pais ficavam no portão e nos chamavam, na verdade berravam e aí de quem se fizesse repetir. Era o fim de mais um dia e término de mais uma brincadeira de rua.

Eu achava que o mal morava na rua pela parte da noite... Acreditava que no escuro as coisas que eu mais temia ganhavam vida, por isso deveria estar em casa em "segurança". Quanta ingenuidade...

Enquanto nas ruas os cachorros hoje latem e se espantam com o vento que assovia e passa correndo, trancamos nossos lares e nos refugiamos em nossos quartos para cumprir um rito natural dos homens - comportamento de proteção para sobrevivência. E quando as luzes se apagam, surge outro mundo e nele o medo pelo mal que de certo se esconde lá fora...

Certa vez Rubens Alves escreveu: "Mansamente pastam as ovelhas e os lobos estão soltos...". Nesse livro ele diz que as ovelhas (as pessoas do bem) estão presas em suas casas e os lobos (os de má índole) vivem soltos e impunes. Mas será que o mal reside apenas lá fora? Será que no conforto de nossos lares ele não está? Devemos analisar bem tais possibilidades.

Nos porões de nossa mente, onde lobos são aprisionados e onde o medo é temido, devemos avaliar que o espelho não é de todo verdade - ele mente e existe assim, naquilo que fingimos ser ilusão ou metáforas do ego, um espaço propício para o mal. Não digo que sejamos de todo ruins, mas de monstro todo doutor tem um pouco e o homem quando despido de seu rótulo... Nada mais é que um simples animal. Assim sendo, volto a questionar: O mal está mesmo lá fora? Ou ele já se confunde com uma parte de nós, quando sozinhos percebemos que nossos intentos não são tão bons assim? No momento que ignoramos nossas atitudes para as demais pessoas, ou quem sabe quando num desejo irresistível de ter aquilo que se deseja, acabamos por não considerar obstáculos. De fato, há em todos um sentimento que necessita ser dominado, ou ele tomará as rédeas da sua psique.

Nossos pais já sabiam...

Já sabiam que o mal podia se apropriar de nós! E assim naquelas chamadas ao fim da tarde, não temiam apenas por um mal que residia ali naquela rua, mas temiam por um mal que existe em tudo. E que este nos tomasse como reféns em momento oportuno. Eles sabiam... E nós éramos crianças ingênuas demais para considerar tal ameaça. Com o tempo aprendemos a trancafiar o mal dentro de nossos porões, por simples associação, pela aprendizagem ou por singelo descuido infantil. O banho não era apenas banho, era a metáfora de que expurgar o não desejado se faz necessário sempre - a vida é feita desses ritos que considerávamos tão banais. Sendo assim... É importante dizer mais uma vez que... O mal jamais esteve lá fora... Ele está ao nosso lado. Está em nossas mentes, sonhos e intentos. Não há portas que o possam aprisionar nem correntes que possam imobilizá-lo... Ele só pode ser neutralizado com domínio próprio e um amor que vem de casa.

Por isso nessas noites frias e silenciosas quando você trancar as portas, não tema pelo vento que corre depressa, nem por aqueles que praticam o mal na esquina. Conte uma história para seu filho e filha, dê um abraço apertado... E quando aqueles olhos grandes em face pequena, denunciarem um medo oculto, diga que embaixo da cama não há monstros e que você vai sempre protegê-lo... Ele irá entender e um dia saberá também, que o mal está sempre correndo por aí, como um vento louco que assobia ou como a chave que enferruja dentro de nossos lares.


TEXTO: Rockson Costa Pessoa
IMAGEM: http://algunstrintaanos.blogspot.com/

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A Face oculta da lua (My tops)


A verdade (profunda verdade) é que existe um momento em que buscamos ficar a sós com nós mesmos (risos). Há de vez em quando o forte desejo de se desligar... No fundo precisamos refletir sobre as “coisas” que vivemos. Nessa hora ou momento, queremos (e fazemos também) desligar o celular, deixar de olhar o orkut e até deixar um pouco de lado os colegas. Isso não é ser anti social, na verdade é respeito próprio (amor próprio quem sabe...).

Temos planos (perfeitos/imperfeitos) e quando menos esperamos, costumamos confabular com “nossos botões” coisas do tipo: Será que vale a pena prosseguir por esse caminho? Devo investir nessa pessoa? Esse sonho é mesmo o ideal? Alguns podem não concordar, mas muitos fazem uso dessa “ferramenta mental” que alguns chamam de abstração. Há que denomine isso de frescura e conhecemos também o famoso termo – meu tempo. No fim é tudo a mesma coisa.

Eu realmente acreditava que isso era um mero querer, como um item de luxo de carro importado, mas hoje percebo que na verdade necessitamos desse tempo. As vezes precisamos colocar a cabeça no lugar (metaforicamente). Não quero fazer apologia à solidão (solidão é algo bem diferente), só acredito e respeito que as vezes necessitamos “sair à francesa” para reaparecer em um outro momento do espetáculo. Como a fênix, só que com menos drama e efeitos especiais (risos).

Não há nada como Nós! Não existe nada tão complexo quanto o Ser Humano. Afinal há quem se esconda buscando ser encontrado, da mesma forma que existem pessoas que se mostram para jamais serem notadas.

A grande verdade da vida é que em cada um de nós existe a face oculta da lua. O lado desconhecido que buscamos ao longo do tempo desvendar (nem sempre conseguimos). Por isso... Respeito o tempo e a necessidade dos “ermitões de fim de semana”, afinal cabe a cada um, o seu tempo e momento, para conhecer-se a si mesmo. Para desbravar as profundezas do seu Eu e assim desvendar o oculto das coisas que lhe são impostas pela vida.

A face oculta da lua...


A face oculta da lua está a todo o momento ao alcance de nós mesmos... Na altura da necessidade de se conhecer um pouco mais e na localização desconhecida e inacessível de nossas imperfeições – tão pertinentes aos pobres e incautos homens que somos...



TEXTO: Rockson Costa Pessoa
IMAGEM: http://eternosaprendizes.com/

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Para falar de flores



Agora é primavera em Porto Alegre... Da minha janela vejo a vida que se renova. Nas praças as crianças colhem amoras e tudo é verde. Tudo é vida que chega em tons multicoloridos.

O interessante das plantas e flores é que elas não necessitam de um cuidado contínuo, pedem apenas água no nascer do dia e gotas no final da tarde... E de resto fica o mistério do florescer no ritmo ideal – no ciclo e tempo certo. E assim teremos amoras, quer dizer, as crianças terão amoras para colher do decorrer do tempo.

Ao contrário das flores, as crianças necessitam de muito mais, não basta apenas água em período disperso e nem tampouco amoras em determinadas estações. Há muito mais em jogo, mas será que todos sabem disso? Talvez não...  Por Deus! As crianças estão “largadas” em praças e não apenas para comer amoras!  Nas ruas, em casa em todo lugar vejo crianças que crescem em total abandono e descaso. O que pensamos? Será que ingenuamente achamos que a chuva irá propiciar sonhos e bosques imaginários a elas? Talvez culpemos o Estado e assim poderemos ensaiar o discurso “ Eu amava tanto meu filho que...”. Nada além de falácia!

Às vezes busco encontrar bons pais e mães e confesso que está cada vez mais difícil. Ainda encontramos mulheres que engravidam para “segurar marido” e homens que pensam que filhos são plantas, afinal não conversam, não dão atenção, educar é luxo e amor ficou no passado. É triste ver mulheres que abrem a boca para dizer “Sou Mãe!” Mas que na prática tratam filhos como arranjos artificiais, algo que é bonito de se ver, mas que não carece de cuidado algum. Já os homens com seus bonsais de estimação... Mas os filhos crescem... Ah se soubessem desse detalhe.

Quem os obrigou a tê-los? A única coisa que nasce sem nosso querer é o mato que teima em invadir a horta dos sonhos! Mas se eu desejar ter Tulipas no beiral, terei de comprar sementes ou adquirir uma muda – existe investimento. Como aceitar que ainda hoje se possa conceber crianças por “erro de percurso”? Há algo errado... Em algum lugar existe resposta para tal questionamento? Será culpa da primavera? Teria a água sua parcela de responsabilidade ou são as árvores que agem como afrodisíaco? Pouco importa... A verdade é que crianças não são vegetais e um dia os pais que hoje as negligenciam perceberão isso.

Agora é primavera em Porto Alegre... Da minha janela não posso ver muita coisa, mas escutar isso é possível e os tiros pude ouvir. E na praça onde as crianças comem as amoras um corpo jazia no chão. E assim um Sr de um nome que não sei, chorava pelo filho que ali morto estava, um pré-adolescente viciado em crack.. E na véspera do dia das crianças foi o que vi... Se ele foi um bom pai? Isso jamais saberei... Há coisas que permanecem como mistério. Tal como as amoras que crescem na Primavera, tal como o amor que nutre pais e filhos.



TEXTO: Rockson Costa Pessoa
IMAGEM: http://picasaweb.google.com/lh/photo/9K-9LArHgQxb3KRrXaowVA

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Porque Palhaços também choram!




E quem diria... Os palhaços também choram, por debaixo da maquiagem há o que não se pode esconder e nem tampouco disfarçar. E assim nesses últimos dias aprendi a lição mais valiosa... Por detrás da máscara há o que se quer revelar! Como os palhaços que esquecidos ficam a lamentar... Sua história, papel e lugar.


No último domingo vivenciamos um dia eleição. Nessa mobilização nacional muita coisa pôde ser vista e avaliada. Agora caminhamos para um segundo turno para presidente e podemos ainda eleger a primeira mulher para o cargo mais importante do Brasil (isso não é campanha Pró Dilma é apenas observação neutra). Há muita carta na manga e ainda está em nossas mãos a definição política do nosso país.

Ruas sujas e um sentimento político enfraquecido foi o que se observou nesses últimos dias. Os olhos cansaram por tanta informação desnecessária e promessas flutuantes e vazias. Diria que foi um humor negro e nesses minutos de fama, ouvimos descrentes tantas promessas mentirosas e que traduziam apenas a leviandade para com a população.


E nesse cenário caótico me deparo com a eleição do Tiririca. Seria isso uma piada sem graça ou  desespero de um povo que acaba rindo para não chorar? Nessas ironias da vida o Tiririca se tornou o deputado federal mais votado no Brasil. Não bastasse o humor na política ganhamos também esportistas duvidosos, como o Romário e me questiono qual é a tática? Ele vai atacar ou ficar na banheira de Brasília como sempre fez nos tempos de futebol? Só o tempo dirá...


E no país onde “heróis duvidosos” são aclamados  e acabam por se tornar representantes legais, não se pode aceitar que a brincadeira de o tom da situação vivida. Temos de avaliar mais o nosso papel e que questionar que contribuições demos e temos dado para esse panorama político. É triste perceber que no Supremo Tribunal não haja consenso quanto a “ficha limpa”, mas em contrapartida o mesmo tribunal libera a obrigatoriedade do título eleitoral, algo que não se explica – cabe ao eleitor compreender a moral da piada,  pois justificar o humor não é humor é drama. E com essas paródias inusitadas questiona-se até onde vai a impunibilidade? Até quando rirão de nós? Até quando nos farão de tolos? Penso que por muito tempo... Pois há ainda um grande número de analfabetos, semianalfabetos e analfabetos funcionais, que servem como trampolim improvisado para lançar  malabaristas públicos que teimam sempre na improvisação da mágica mais voraz –  fazer desaparecer recursos financeiros públicos.

Por fim ainda negligenciamos a educação no Brasil. Em nenhum  momento se afirmou os 10% da educação. E nesse mundo de surpresas a maior revelação: o sério que virou palhaço, e assim o tal Plínio tinha razão... Não que tivesse as melhores idéias ou perspectivas de uma eleição, mas de maneira simples e direta, apontou na ferida do Brasil – educação. E nem Dilma e tampouco Serra assumiram o problema e agora o que fazer? Penso que agora é observar a continuação do espetáculo, o que é difícil, pois enquanto os palhaços continuarem chorando, não terá graça as piadas da vida política no Brasil.


E quem são os palhaços que choram?

Os palhaços que choram são os que cumprem o papel de bode social. Aqueles que marginalizados alimentam votos de aproveitadores, aqueles que são obrigados a servir em busca de bolsas discutíveis e que às vezes nem se percebem como sujeitos. São os alienados, ridicularizados – os que não tem voz. Esses são os palhaços que choram... E enquanto não educarmos o povo de maneira justa e eficaz, estes continuarão coadjuvantes da vida.


Texto: Rockson Costa Pessoa
Imagem: http://osfragmentosecomplementos.blogspot.com/

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sob o olhar de Espelhos Inconsequentes




"Espelho, espelho meu existe alguém mais... Do que Eu? "

E assim a humanidade inicia sua busca por "frutos proibidos" e com isso acaba digerindo maçãs envenenadas. Tudo por culpa de um espelho falante e demasiadamente crítico.

Mas afinal quem é o espelho?

O espelho é o pensamento deturpado do que Eu penso que os outros pensam de mim. Com isso os olhos já não contemplam a realidade, mas apenas pensam enxergar aquilo que é mera ilusão.

Vivemos o auge da Estética... Podemos calibrar os seios, retocar o nariz, retirar "aquela gordurinha" e muitas outras intervenções podem ser feitas. Quantas pessoas congelaram suas "emoções" a partir de uma aplicação de botox?! Isso mesmo, congelar emoções, pois estudos já demonstram que aplicações de botox em excesso podem diminuir a capacidade de expressão facial de sentimentos como: raiva, tristeza, alegria e medo. Dessa forma ocorre uma resolução temporária da pergunta: Há alguém mais bela do que Eu? Mas o espelho é questionador por natureza e com isso há um vício do sentir-se belo.

Mas nesse conto de fadas a cirurgia não é vilã... Afinal o que dizer das mulheres vitimizadas por um câncer de mama que puderam resgatar a feminilidade com um implante de silicone? O que falar das crianças que nasceram com lábio leporino e fenda palatina e que com uma intervenção puderam sorrir de maneira saudável? A cirurgia plástica é importante, desde que não seja banalizada por profissionais e pacientes, que buscam uma perfeição que não existe.

Mas o espelho não reside apenas em desejos de uma perfeição estética... Ele vai muito além, não é a toa que ele faz parte de nosso cotidiano - espelhando e refletindo o que de fato somos. E nesses contatos constantes surge a mentira velada - e assim encontramos gorduras ilusórias e assim o comer passa a ser perigoso. E aí nessa emergência de fantasia se questiona a maçã era envenenada ou tinha um poder mágico de me engordar? Uma pergunta que surge nos Transtornos Aimentares.Na Anorexia surge dessa distorção, ou seja, uma percepção incoerente, onde o sujeito pensa enxergar quilos à mais, onde de fato se constata quilos de menos - e assim o espelho mágico ilude mais uma vez. Não bastasse isso já temos mais um forma de anorexia é a drunkorexia (anorexia alcoólica) que associada ao alcoolismo potencializa mais a possibilidade de morte na doença. E a maçã continua problematizando. E se pudessemos sentir o sabor da maçã e logo em seguida expelir a dose letal? Seria possível? Por um lado apreciar o sabor que enfeitiça e por outro expurgar a culpa. Na Bulimia Nervosa  ocorre algo parecido, assim se ingere grandes quantidades de alimentos , seguidos por meios compensatórios, tais como vômitos autoinduzidos, uso de laxantes e/ou diuréticos e prática de exercícios extenuantes como forma de evitar o ganho de peso pelo medo exagerado de engordar. E nesse mundo de exigências há quem não contenha a ansiedade... E assim a saída é ingerir  o maior número de maçãs, quem sabe ela dê saciez a esse viver. E na compulsão alimentar o espelho parece desdenhar... Julga e condena e assim o sujeito entra em um ciclo vicioso, onde o comer é uma espada de dois gumes, alivia e ao mesmo tempo impele sofrimento. Observamos assim a obesidade, um problema grave que já aparece como epidemia por todo o globo. Quem diria que poderíamos morrer através do inocente ato de comer?

 E o espelho segue refletindo e ofuscando...

O espelho já era sem nem mesmo ser. Ele está na construção da psique de todos nós. Como não recordar o jovem Narciso que se apaixona por seu reflexo ao se admirar nas águas. De fato o espelho já era sem nem mesmo existir. E quando as águas calmas se agitam? Há de existir uma distorção... 
Hoje observamos atentos a vigorexia , um Transtorno Dismórfico Corporal na qual as pessoas realizam práticas esportivas de forma continua, com uma valorização praticamente religiosa (fanatismo) ou a tal ponto de exigir constantemente seu corpo sem importar com eventuais conseqüências ou contra-indicações, mesmo medicamente orientadas. Serão os novos narcisos? Penso que não, acredito que os vigoréxicos são os filhos dessa sociedade consumista. São a necessidade de compensação desenfreada e impensada. E assim vamos vendo mulheres cada vez mais musculosas, homens exageradamentes grandes e onde surge a maçã nesse contexto? Aparece nos anabolizantes e demais drogas que potencializam uma morte prematura. E nesse rito de amor egoísta definham como o Narciso.

E nesse mundo de fantasia, onde espelho é mágico... Onde um reflexo pode aprisionar uma vida, temos de aceitar que espelhos quebrados podem sim permitir o azar. Não falo isso de maneira supersticiosa, mas a partir de minhas observações.

Rockson Costa Pessoa
Imagem: http://jornale.com.br/wicca/?p=1566

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Barcos e amarras: Falando sobre sociopatia


Não importa quão valioso seja o barco, nem tampouco se o mesmo é caríssimo como um Iate ou se é singelo como uma canoa feita artesanalmente. O que realmente importa é amarrar o tal barco em um embarcadouro ou cais. Afinal barcos a deriva não são interessantes...


Hoje se fala muito em sociopatia, quem o diga as novelas (principalmente globais). Os sociopatas parecem ter se transformado em queridinhos da sociedade, e assim o senso comum surge com força total e já atribuímos a fulano ou sicrano o tal termo psicopata, serial killer, monstro e segue uma lista extensa.

O que as pessoas não percebem é que há muito tempo existem sociopatas e que de maneira geral convivemos com muitos deles e não nos damos conta. São "vizinhos", "amigos", "compadres", "chefes", "parceiro de copo," "amigo de futebol" e etc. Esse BOOM acerca dos sociopatas é apenas um reflexo de nossa própria sociedade.

Sociopata é o indivíduo que possui um transtorno de personalidade caracterizado por padrões de comportamento que colocam essas pessoas em conflito com a sociedade. De maneira geral, negligenciam os direitos dos outros em detrimento do seu. Assim sociopata não é apenas um criminoso, é também aquele sujeito que não responde a regras e padrões sociais. Muitos sociopatas apenas mentem, logram, enganam, trapaceiam e perseguem colegas no serviço. O termo Psicopata já é relaciona com o sociopata que tem por característica cometer crimes bárbaros, ou demais tipos de perversidade que acarretam seqüelas graves e geralmente morte de suas vítimas. Theodore Robert Cowell "Ted" Bundy (24 de novembro de 1946 – 24 de janeiro de 1989) foi um dos mais temíveis psicopatas dos Estados Unidos da América durante a década de 1970 e com o estudo do seu perfil tivemos a gênese do termo "serial killer" (assassino em série), ou seja, um assassino em série é um tipo de criminoso de perfil psicopatológico que comete crimes com uma certa freqüência, geralmente seguindo um modus operandi e às vezes deixando sua "assinatura", como por exemplo, uma letra, o sapato, um código e etc. Serial killer também possui ritos, assim só "caça" mulheres morenas (por exemplo), ou então caça, por exemplo, apenas na lua cheia. Alguns tem preferência por um tipo de sexo, por padrões de altura, crença e até localização geográfica.


Você querido (a) leitor (a) pode estar se perguntando: Que diabos tem haver barcos e sociopatia? Já respondo.

O sociopata sempre existiu... Não é um perfil novo, como costuma sugerir as novelas, de maneira alguma. Podemos dizer que o sociopata é aquele indivíduo que não possui um “polimento social" ele é realmente o homem na sua mais pura natureza e essência. É regido por seus instintos, fantasias e desejos., seus critérios ilógicos, mas que possuem padrões em sua psique. O sociopata há muito já rompeu com a sociedade e se esconderam ao longo da história do mundo atrás de ritos, religiões, tradições, cultura e etc. Assim podemos lembrar das inquisições, lembrar do nazismo, das tradições de pouco tempo atrás, onde o homem deveria matar a mulher adúltera ou assassinar o filho homossexual. O sociopata está em nossa sociedade a todo tempo. É só analisarmos os fatos históricos que acabamos por encontrá-los. Muitos ficaram no anonimato, claro que aqueles que cometeram exageros acabaram expondo uma realidade que jamais existiu. Mas hoje vivemos sim, sem sombra de dúvida o boom dos sociopatas, assim como a China vive com o fato de ter criado seus bordelines, afinal com a criação institucional dos "segundos filhos", aqueles que eram desprovidos do apoio do estado, acabou por criar sujeitos bordelines que já começam a causar "transtorno". Nós no Brasil por meio de nossa "fragilidade" nas três forças sociais (Estado, Exército e Igreja) e na ruptura das famílias, acabamos por propiciar a criação de transgressores, sociopatas e psicopatas.

Barcos ancorados...

Como disse, o que impediu por muitos séculos uma libertinagem no mundo, foram às regras, valores, tradições e a moral. Antigamente os sociopatas podiam se esconder por entre tradições esdrúxulas, mas algumas outras podiam detê-los, por exemplo... Antigamente era religiosamente proibido insultar ou agredir um pai. Parece infame dizer que apenas uma ordem social poderia deter um perfil tão perigoso, mas de fato assim acontecia. Antigamente por mais que você odiasse seu chefe, de maneira alguma você poderia vir a agredi-lo ou insultá-lo, afinal as cidades eram pequenas e tal acontecimento deixaria "descoberto" um sociopata e eles são por natureza amantes do sigilo.

Os barcos de hoje...

Hoje tudo está à deriva... Os filhos não recebem educação em casa, e na escola quando ocorre uma repreensão, os pais acabam processando a escola e o professor. O Estado não fiscaliza, e de fato complica mais a vida dos educadores ao criar leis e diretrizes que determinam que o aluno encerre o ano, pois os números contam mais. O Exército está falido e as força auxiliares, como a polícia está manchada por uma negligência também do Estado. A Igreja hoje está silenciada por denúncias de pedofilia... Ética? Moral? Educação? O que é isso? Isso virou artigo de luxo e ser educado hoje é sinônimo de "idiotice". E para engrossar o caldo: é só inserir drogas, principalmente o crack e aí podemos ter grandes transgressores.

Há quem diga que sociopatas já nascem assim, ou seja, é puramente hereditário. Não concordo, sabemos que AMBIENTE e HEREDITÁRIO se complementam, logo, temos que nos despertar para as coisas como elas são... Não poderemos salvar o mundo, mas nossa parte devemos fazer e assim educar nossos filhos para que sejam pessoas de bem e para que eles não venham a ser mais um barco a deriva na vida.



Rockson Costa Pessoa

Imagem: http://renata-gabriel.blogspot.com/

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Guerra dos Sexos - Final



E por fim há sempre desejo de paz...

Tudo se resume ao desejo, complicado é a ausência do mesmo e para agradar os que somam e outros que dimimuem... O pior é quando surge o prefixo in = indesejo.

Já dizia certo alguém que se há ódio, logo reside aí um sentimento... Sentimento é a matéria prima do AMOR ou do que convencionamos denominar amor. Sendo assim se existe guerra há a busca de interesses comuns, e descobrir que interesses são esses é papel do homem e da mulher entrincheirados. É claro que você leitor(a) ainda não deve ter se apercebido dessa disputa camuflada, talvez porque a relação tenha sido superficial demais, quem sabe pelo fato do seu parceiro(a) não ser tão diferenciado dos demais. Afinal a guerra acontece geralmente quando cruzados (não no sentindo libidinal) um homem naturalmente homem (macho em português claro), com uma mulher inteligente, bem resolvida, independente e linda (muita areia pro meu caminhão em machanês simplista). Pode ser que você nunca venha a ser convocado(a), pode ser que tenha relações ou a relação ideal e esperada... Então você não é o alvo desse post. Mas servirá para uma furtiva ajuda no futuro! Afinal nunca se sabe... Vai que você homem encontre essa mulher dos sonhos?! E você mulher... Vai que conhece aquele gato depilado, cheiroso e inseguro?! É melhor prevenir que remediar.

Como abrandar a guerra?

Para os homens:

Os homens têm que mudar! Sem isso, poderão entrar em existência em 2012!
Não adianta depilar o peito, depilar a sombrancelha, malhar o tronco (geralmente apenas o tronco, pois as pernas não fazem parte do corpo, segundo Descartes), fazer aquela tatuagem no tríceps (sim, aquela que todo mundo têm)e pintar o cabelo que nem o belo ou usar o corte do Cristiano Ronaldo. Estamos falando de uma mudança profunda... E isso implica em:

  • Entender que na TPM a mulher pode e deve ter acessos de raiva e até mesmo lhe ameaçar com uma faca;
  • Entender que a mulher pode ter um emprego melhor que o seu e que não é tão horrível dividir a conta "casualmente", claro que alguns homens adoram essa parte - o que já é um fator para ser afastado do cargo de: namorado, ficante, noivo, amante, gatinho e segue a lista;
  • Aprender que as preliminares são importantes... E que o sexo é para os dois e não apenas um processo similar a manobrar o carro em uma vaga. Há homens tão bons nisso que fazem a mulher chegar no clímax ainda com o " tigrão" na calça e isso não é apenas possível aos yogues ou gogo boys (que fique claro);
  • Seria interessante você fazer uma comida de vez em quando... Não apenas churrasco e sabe como arrematar de vez?! Lave a louça, com toda certeza ela vai amar você por toda a vida;
  • Converse mais... Isso significa que a vida não se resume apenas a futebol, sair com os amigos, encher a cara no bar e coçar o saco! Você pode não acreditar, mas conversar salva relações;
  • Mulheres adoram o sentimento de segurança e ele pode surgir com um abraço e até mesmo com um "colo"
  • Deixo para o final algo que é duro para um homem de verdade... Não consigo encontrar palavras para explicar isso... Bom, será necessário também fazer massagem nas costas e nos pés! Nem toda vez, uma vez na semana e em feriados.
Para as mulheres

Se você encontrou aquele carinha na balada, sim aquele cara malhado, bombado, com cara de ator americano, depilado, com cavanhaque, com pinta de garanhão, com cordão de prata e demais qualidades que não considero qualidades... E você se sentiu atraída e acabou iniciando alguma relação e acabou se deparando com um homem, digamos, de "propaganda enganosa", sim porque enquanto eram ficantes ele era uma "máquinha de sexo" e quando você o promoveu à ficante master, o equipamento começou a apresentar defeitos... Pode ser que você tenha encontrado, sim você foi sorteado com o macho legítimo. Há duas saídas: ou você termina e o difama para todas as suas amigas e amigos (que vocês têm em comum) ou tenta possibilitar um "up" do sujeito. O que se pode fazer;

  • Conversar com o ele, pois em alguns casos eles são suicidas em potencial (brincadeira);
  • Ser paciente, em alguns casos na 3 sessão de "ginástica localizada" já é possível observar resultados satisfatórios;
  • Se não resolver, você deve demonstrar que o seu sentimento por ele é maior que os prédios que você têm (risos) e que ele pode até trabalhar como síndico em um deles (risos);
  • Acompanhe o mesmo para uma avaliação médica e não encontra nada biológico... Procure um psicólogo, um analista, mas nunca jamais tome as seguintes ações:
  1. Nunca diga para os amigos dele que o mesmo "broxou";
  2. Jamais diga para o pessoal do prédio (porteiro, zelador e demais moradores);
  3. Jamais dê a ele o chá de Santo Daime;
  4. Nunca mate galinha preta ou algum animal preto e o deixe em encruzilhada;
  5. E por fim... Jamais coloque "água benta" no moribundo.
Penso ter ajudado (risos) de alguma maneira... Mas deixando a brincadeira de lado. Penso que as coisas, quando verdadeiras, tendem a se resolver. Geralmente a mulher é mais perspicaz na escolha do parceiro e isso determinará raros erros. O homem esse está mesmo em uma posição delicada e cabe a cada um a resolução de seus preconceitos, tabus e medos.

Rockson Costa Pessoa
Imagem: http://simoneteixeira.wordpress.com/2008/04/14/sabia/


quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Guerra dos sexos - parte II


E daí o homo sapiens que no erectus!

Nada pior para um "caçador nato" que descobrir que seu porrete não mais funciona. Outra problemática é descobrir que a gatinha de antes (submissa e conformada) tornou-se uma tigre dente de sabre.

Se o diabo foge da cruz, o homo no erectus foge da mulher dente de sabre. Segundo relatos de uma centena de sobreviventes, a mesma é um predador voraz. Há quem diga que, ela adora brincar com a vítima "indefesa", atitude similar tomada pelos gatos quando encontram um rato coagido. É um terror! Ainda segundo comentários censurados, o ponto alto do ataque é quando deitadas na cama elas fitam a presa... O traje para o ritual? Aquela lingerie sexy e convidativa. Quando percebem que o garanhão é desprovido de tônus muscular, lançam um olhar de: "Vou te processar por propaganda enganosa!” Daí descruza os braços e retira da bolsa uma serra de unha e passa a amolar as garras. É nesse momento que alguns no erectus são assassinados, com um ataque certeiro e fatídico, na jugular da auto estima. Sim, porque caem no infeliz erro de justificar o péssimo desempenho “laboral”. O que mais enraivece a dente de sabre é a frase: “Isso nunca havia me ocorrido antes”. A dica para os no erectus quando virem a se deparar com uma dente de sabre é a seguinte: Se finja de morto! Fique calado, você pode cantar uma canção romântica. Pode falar sobre a novela das oito. Há também algo que acalma muito... Uma massagem nas costas e na sola dos pés...

Apesar do tom cômico o assunto é sério. Estava lendo alguns comentários dos amigos (as) e percebi que há quem veja com surpresa a realidade da impotência sexual masculina. De fato os homens ainda permanecem os mesmos caçadores, sedutores e conquistadores. Ainda saciam o desejo de muitas mulheres, mas temos que considerar a idéia de “zona de conforto”. Na zona de conforto o homem ainda mantém o papel de "macho dominante". O problema é quando se estabelece uma relação. Afinal enquanto estão em situação de segurança, "ficando", tendo relacionamento aberto, os homens ainda detêm o papel de macho que teoricamente é o supra-sumo do universo. Com o relacionamento daí sim observamos o surgimento do quadro (impotência). Quando o homem se depara com uma mulher segura, auto-suficiente, inteligente, bem resolvida, linda e tudo mais – entram em estado de “freezen”.

No post anterior falei a respeito das mudanças que as mulheres sofreram e vem sofrendo. Como o texto está pontuando a idéia de caçadores, vale ressaltar a mudança no tocante a postura das mulheres. Sim, já observamos mulheres caçadoras também. São diferentes dos homens, os homens caçam por um instinto de sobrevivência, que os incita a ter todas. A mulher que sempre buscou ser conquistada, deixa a posição passiva para adotar um papel mais ativo. As mulheres hoje em dia, observam a escassez de bons homens ou machos. Hoje percebem que há uma dificuldade maior em encontrar o marido ideal, o companheiro adequado – o homem para definir projetos. Assim passam a "caçar" pelo companheiro perfeito. Devo considerar que o termo caçar não é adequado, afinal as mulheres sabem ser sutis, quando em processo de análise e estudo. Hoje atentas a todos os detalhes, se sentam em suas confortáveis poltronas, colocam seus óculos e analisam os detalhes mais pertinentes acerca do caráter e do perfil do desejado. Tomam com delicadeza um café quente e assim ficam... confabulando e refletindo sobre as perspectivas, sonhos e possiblidades.


Homens inseguros e mulheres insatisfeitas, sem dúvida um cenário desconfortável para ambos. Será que há saída? É possível encontrar um equilíbrio?


Continua...
Rockson Pessoa
Imagem - http://colunas.marieclaire.globo.com/falecomele/category/namoro/

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Guerra dos sexos - parte I


Das muitas queixas que chegam ao consultório, se observa uma rotineira queixa camuflada - impotência sexual. Camuflada em virtude dos pacientes/clientes alegarem: stress, fadiga e até depressão como queixa, tudo para salvaguardar a masculinidade... É impressionante o quanto tem aumentado o múmero de pacientes que apresentam tal quadro. Uma pandemia silenciosa? Talvez.

Desde "A Queima dos Sutiãs", as mulheres têm conquistado espaço maior na sociedade. Deixaram de ser apenas donas de casa e hoje já ocupam os mesmos quadros de trabalho que os homens. Se destaca assim uma evolução do gênero feminino.

E quanto aos homens?!

Bem... Ainda não fiquei sabendo nada a respeito de "Cuecas Queimadas", o que se vê é uma mudança estética, daí se observa homens depilados e mais preocupados com o corpo sarado, mas nada que se possa considerar como evolução. Homens metrosexuais nada mais são que os mesmos homens de outrora. Repaginados, mas nada convincentes.

Deste meu observar anônimo da sociedade e desse atender sigiloso de pacientes / clientes, vejo que há diferença significativa entre homens e mulheres. Nós homens permanecemos presos ao seio de nossas mães e não vale aqui definir a natureza de tal seio, se Bom ou Mau, pouco importa. Pois não importa a natureza do seio - haverá sempre o congelamento na posição.

Na resolução de Édipo o menino persevera na idéia de uma superioridade, pois é detentor do pênis. A mulher já sofre uma castração a nível de fantasia, com isso passa a adaptar-se e assim busca resolução. Penso que todo esse processo torna as mulheres tão especiais... Não há dúvida: Mulheres são mais fortes que os homens. Foi necessário evoluir e com isso se tornaram mais adaptadas ao meio. Vale ressaltar toda a história da mulher e o contexto sociohistório e cultural do globo. A mulher sempre foi subjulgada por uma série de dogmas, imposições sociais, religiosas e definições perjorativas de gênero. Por tudo isso e por sua capacidade de administrar as demandas e pressões internas / externas, que a mulher aprimorou-se a ponto de se tornar um Ser singular.

E como ficam os homens nesse contexto?!

Hoje os homens não conseguem lidar com as mulheres. Têm medo! E nessa guerra de sexos, se pode observar "pênis subjulgados" por "vaginas castradoras". As mulheres independentes, bem resolvidas e seguras parecem aterrorizar alguns homens. Desta forma encontramos "machos reprodutores" em pânico, afinal não estão acostumados com a lei da gravidade na área peniana. Como esperar que os guerreiros sexuais, poderiam se deparar com espadas enferrujadas? Se outrora as mulheres eram castradas a nível de fantasia, hoje alguns homens vivem uma fantasia na qual são castrados a nível de realidade. Paralelos angustiantes que sugerem e necessitam de resolução.

E assim... Em muitos quartos esquecidos encontramos trincheiras instaladas. Mulheres e homens em Pé de Guerra e acabam por experimentar uma guerra fria na relação.


Continua...



Rockson Pessoa
Imagem: http://pet6-senac2010.blogspot.com/2010/03/guerra-dos-sexos.html

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

De Nietzsche a Maria Rita e Eu filosofando...

E lá estava eu no gasômetro... Finalzinho do dia. E na boca do inverno. Afinal o verão já dizia adeus de maneira singela. E assim nesse retorcido cenário capturei essa imagem. Dois barcos no Guaíba, rapidamente me lembrei de Nietzsche:

"Somos dois navios que perseguem rumo e objetivo próprios;
Podemos, sem dúvida, nos cruzar e celebrar festas entre nós, como já fizemos...
Então os bons navios repousavam, lado a lado, no mesmo porto, sob o mesmo sol, tão calmos que pareciam ter atingido o objetivo e tido o mesmo destino.
Mas, depois, o apelo irresistível de nossa missão nos levava, de novo, para longe um do outro, para mares, em direção a paragens, sob sóis diferentes
Talvez para nunca mais nos revermos, talvez para nos revermos ainda uma vez, sem nos reconhecermos: mares e sóis diferentes nos teriam transformado!
Que devêssemos nos tornar estrangeiros um ao outro era a lei acima de nós: é por isso mesmo que devemos nos tornar mais respeitáveis um para o outro..."
(Amizade de Astros -Nietzsche)
E assim para fechar o dia... Que já tinha pedido a saideira... Penso em Maria Rita e divago sobre as coisas e sobre a vida. Daí eu escrevo... Afinal prefiro o não dito - dizer é muito pessoal.
"A barca segue seu rumo lenta
Como quem já não
Quer mais chegar
Como quem se acostumou
No canto das águas
Como quem já não
Quer mais voltar..."
(Caminho das Águas -Maria Rita)


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Sementes terrenas e eternas confabulações


Já faz mais de uma semana que não escrevo no blog e em meio a esses recessos de Julho me vejo sem o computador para escrever, mas a vida não para e sigo confabulando acerca das pessoas, "coisas" e coisas. Daí anoto em um pedaço de papel e transcrevo depois. Chamo isso de modernidade com retoques de romantismo.

Nessas últimas semanas estive entretido com uma horta. Isso mesmo - uma horta! É bom ter contato com a terra, diria que é revigorante e terapêutico. E nessa interação de sementes, terra e "mãos sujas" me permito fazer "filosofia barata". Fazer o quê? Minha mente é terra fértil!

Em outra postagem já havia dito que de certa maneira somos tartarugas(http://rocksonpessoa.blogspot.com/2010/07/fantasia-praias-e-tartarugas-marinhas.html). Logo dizer somos "sementinhas" soaria ridículo, repetitivo e seria coerente deduzir uma ligeira falta de criatividade do autor. Mas como disse minha mente é fértil e não quero cometer tal erro.

Como já disse acima estive de recesso! Pausa imposta, involuntária e real. E nesse percurso, cá estive eu como uma esponja sedenta. Absorvendo as notícias, as futilidades e tudo que pode "ingerir" por meio de mídia diversa. Assim era Eu esponja colocando o polegar na terra. Um ser pensante semeando em terra adubada. E quantas sementes germiram nesse cerébro... Muitas e assim vou sendo árvore em terra de planta abandonada. Água por favor...

Se de maneira figurada somos tartarugas, enterrando ovos (sementes em dados períodos), na vida real somos pessoas que semeamos e acabamos por colher também. Em atitudes, gestos e ações. Um processo consciente e inconsciente. Mas não vamos falar de pulsão de morte... Vai que minhas sementes se assustam e daí teimem em nascer / brotar. É tudo pulsão de vida, a horta é minha, o texto é meu... Posso escolher as pulsões que assim desejar.

Já disse que plantei salsa portuguesa? Bom isso não vem ao caso, mas é que salsa é algo que uso em quase tudo na cozinha... Voltando ao raciocínio dessa esponja com polegar. Vivemos em um eterno semear. As vezes planejado, outras acidental. Me perdoe a expressão, mas vivemos "metendo o dedo" e o "bedelho" nas coisas e deixamos digitais nos objetos, corpo e na alma das pessoas... Ficam vestígios e assim como passarinhos desafortunados acabamos por semear sem o intento - sem o desejo.

Nessas semanas de "ingestão" televisiva. Vi colheitas planejadas e premeditadas. Assim pessoas morreram e outras se tornaram assassinas, ou quem sabe assassinas já eram. Tudo por causa de desejos ignomínios e lascivos. "Dedinhos" mais que sujos. É sempre uma impressão de tudo e todos. Impressão que se tem e que se vê. Dedos aleatórios e perdidos que no acaso das coisas vão deixando marcas e permitindo a mágica da vida e o drama da morte.
Lançamos sementes em todo tempo. De maneira [desejosa] e de maneira [culposa]. Algumas Sementes germinam e outras não. Há sempre idéias que não podem nascer. Pensamentos que não encontram espaço e são suprimidos por realidade, por contexto e tempo. As sementes que nascem, são aquelas que em meio ao acaso e espera, encontraram a necessidade de aqui estar.
Não posso fugir do Todestrieb (instinto de morte)...
Tudo acaba, logo como fugir da pulsão de morte?! Vida e morte são sinônimos. O que difere é tempo e lugar.

Dedos, terra e sementes... Somos e fazemos parte desse rito de plantar para sempre colher. Mundo de desejos e astenia.


quarta-feira, 28 de julho de 2010

Aos amigos...

Oi gente! Passando rapidamente...

Por motivos de "força maior" não posso estar escrevendo. Por isso só passei para agradecer os comentários feitos e dizer que em breve retorno com os textos.

P.S: Poderia até postar algo novo, mas acho uma falta de respeito não responder os últimos comentários!

Um abraço


Rockson Pessoa

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lobos, monstros e realidade (My tops)


Ao passo dos acontecimentos que vejo, imagino que as coisas nos chegam aos olhos de maneira distorcida! Ou será que distorcida ficou a sociedade? Nunca fomos tão provados acerca de nossas verdades. Nossos valores têm sido questionados com fogo, e a regra é não acreditar em tudo que se escuta – não esmorecer.

Tudo que aprendemos a respeitar e tudo que tínhamos como certo, parece mudar... Fomos levianos? Ou a libertinagem já grita pelas esquinas com a nossa singela aprovação? As coisas têm mudado drasticamente... O mundo observa mudanças no clima e escutam notícias aterradoras no rádio, enquanto esperamos pelas ruas alagadas... Observamos atônitos, um “disque pedofilia” e me questiono quando haverá o "disque impunidade"? Creio que se existesse tal serviço de denúncia, teríamos milhões de brasileiros trabalhando em telemarketing. Com isso poderia usar aquela frase: "Há males que vem para o bem".

Vivemos uma nova revolução de idéias e parece que deixamos de ter uma certa personalidade. Não ditamos mais a moda, somos ditados por ela e hoje é mais fácil pintar o cabelo e usar um penteado moderno, do que refletir sobre nosso tempo. Pensar ficar fútil demais! Daqui a pouco irão lançar um livro: Você pode pensar - Acredite se quiser! Corremos atrás de disco voadores, aprendemos a admirar astros instantâneos e a lua onde fica? A lua permanece como o velho utópico sonho infantil de conquista, mas sinto que já estamos à beira de sermos conquistados. A lua é apenas um mero marco da conquista de ontem... O que a humanidade busca conquistar hoje?

Quando pequeno, ouvia histórias que eram contadas aos pequenos... Me lembro de que com estas primeiras histórias pude alçar os primeiros vôos da imaginação. Mas hoje as coisas são diferentes, hoje os vôos são fretados por drogas e muitos pequenos pássaros insistem em morrer na saída dos ninhos. Estórias... Contos e lendas de uma época em que os maus eram punidos e que os heróis tinham um final feliz... Hoje os lobos matam e não há lenhadores para socorrer, afinal eles estão em greve em algum sindicato da florestolândia... Ou estão sendo fichados no IBAMA por desmatarem área protegida por Lei.

O que direi aos meus filhos?

O que direi quando perguntarem se o lobo mau existe? Quando me questionarem se há monstros no armário? Como dizer que não há lobos quando vejo na TV políticos sendo absolvidos, mesmo com as provas na cueca? Como dizer que não há "conto de fadas", quando ignoramos a impunidade cotidiana? Sinceramente só posso dizer que as coisas existem...Só posso achar em meio aos meus devaneios, uma resposta às notícias que constantemente vejo na porta, mas será que isso realmente importa? Afinal podemos ligar para um reality show e pedir inconsciente que um herói sem rosto nos salve de nossas mazelas existenciais, ou quem sabe ele nos faça esquecer o mundo tenebroso que fica na esquina...

Nem tudo está perdido...

Tempos atrás, os assassinos da pequena chapeuzinho vermelho foram condenados, um casal de lobos alados. E outros lobos estão sendo encerrados em jaulas, mas como ter paz quando os lobos de terno italiano teimam em uivar na porta de casa? Como ter paz quando os monstros do meu imaginário acabam por nascer nas páginas dos noticiários? É como dizia a velha história... É melhor seguir pela estrada correta e não enveredar pelos atalhos que a vida nos oferece! Pois os lobos sempre haverão de existir, tanto no nosso velho e esquecido baú imaginário da infância de outrora, quanto na triste realidade de nossa sociedade moderna.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O vezo do avesso

O vezo do avesso

Seria portanto hipocrisia?
Ou uma banalidade distorcida, que evocamos da mente?
Aquele velho sorriso displicente...
Que em retóricas se cria...
Uma anomia disforida..
O Vezo puro e complicado.

O vezo do avesso
Surge em nossa própria covardia
Pela ausência de confrontos de uma vida
Surge pelo hábito escuso de julgar...
Da necessidade fustigante de falar
Nasce com a natureza humana.

O vezo do avesso...
Está em nosso respirar
Em cada olhar sem censura e muitas vezes distorcido
Está no caráter foragido, da legalidade da verdade
A eterna necessidade de um confronto necessário
Um ímpeto atenuado...
Pela sofisticada capacidade de falsear

domingo, 18 de julho de 2010

Quando a Terra engole o Sol (My Tops)


É quando a terra engole o sol, que eu percebo que o tempo vai se esvaindo em sua elegância típica. Percebo que não aproveitei ao máximo as primeiras horas do dia e que mais uma promessa do tipo: “hoje eu termino isso!” não se concretizou. Quando vejo que o sol começa a “descer as escadas”, os pássaros fazem suas serenatas ao infinito, como que preces desesperadas ou pedidos para o dia que ainda irá morrer... É engraçado, parece que os pássaros cantam um canto triste e os homens, andam com seus carros barulhentos brindando o “astrocídio”. É não há mais respeito pelas perdas das pessoas, tampouco pelas perdas dos pássaros...

É quando a terra engole o sol, que sujeitos “bem vestidos” se põe nas esquinas a espreita de jovens que querem ser “descolados,”e assim nasce mais um viciado. É nessa hora que moças jovens e bonitas deixam seus lares e buscam um "ponto" para conseguir uma grana fácil... Creio que quando a terra engole o sol, ela também tira de nós (seres humanos), o respeito e o amor pela vida... Pois é geralmente depois que o sol morre, que algumas dúzias de jovens aparecem crivados de balas e na carteira, nem uma carta de adeus... É nesta hora que tudo silencia, menos as ruas, que se agitam com seus carros, que disputam pedaços de asfalto e o som destes carros barulhentos, se confundem com as buzinas raivosas e desesperadas das avenidas... E no céu, fica aquele cheiro enjoativo de fumaça e nem adianta “cheirar” pó de café, pois você pode ser confundido com um “cheira cola” ou “cheira a lixo”.

É quando a terra engole o sol, que as pessoas se aglomeram nas mesas e afogam as mágoas de mais um dia atribulado... É nessa hora também que os amantes desfrutam o silêncio das coisas, e Parece que o tempo pára... Parece que as nuvens se demoram para seguir seu rumo... Parece que parte de nós vai morrendo e deve ser mesmo. Creio que nessa hora vamos perdendo um pouco de fôlego... E quando a terra começa a mastigar os primeiros pedaços do sol, as sombras de tudo que há, parecem se agarrar nas coisas e até em nós... Se penduram e se "prendem" em um desespero silencioso... Formam os retalhos de um adeus pacífico e necessário. Tudo isso ocorre quando a terra vai engolindo o sol, sem pressa e sem culpa. Uma areia movediça impiedosa que rouba a luz, para dar lugar a noite que sempre chega mais cedo do que queremos.
Assim as mãos se encontram e os corações esperam pela a lua que vem brindar o amor... Nessa hora também os homens passeiam com seus cachorros e alguns outros correm pelas praças com seus fones de ouvidos que fazem mal a saúde.
É quando a terra engole o sol... Que percebo que a vida é uma dádiva e que deve ser aproveitada com tudo que temos e somos. Hoje e amanhã a terra irá engolir o sol, mas nem todos estarão lá para ver o espetáculo. A verdade é que os seres humanos, tendem a ver as coisas negativas da vida... Aprendemos a apreciar os fatos ruins e com isso, gravamos só as tragédias do cotidiano... Deve ser por isso, que valorizamos tanto a morte do sol de todo o dia e jamais apreciamos o nascimento do mesmo, pois como já disse um certo alguém:

“Nunca desanime quando seus esforços forem em vão, pois até o sol ao nascer, dá um belo espetáculo mas,quase sempre, encontra a platéia dormindo! "

A verdade é que não há necessidade de chorar, pois só se pode nascer quando se está morto. E assim o sol segue em sua odisséia infinita de morrer para nascer mais uma vez. A grande questão é saber: Você vai apreciar a morte ou o nascimento do Sol? Sabe... Isso é uma questão de escolha e de hora.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mesma casa, memória, seres e chuva.




Hoje tive um sonho meio chato... Seria pesadelo, mas a legenda dizia até 14 anos! Logo, foi um sonho chato, na medida que sonhei com o que não queria sonhar. Têm coisas que queremos esquecer, mas somos convidados a lembrar...

Em outro post eu falei sobre minha [Eu CASA], uma idéia figurada: http://rocksonpessoa.blogspot.com/2010/07/diznivel-e-eustrutura.html seria interessante, para quem não leu, dar uma lida para entender o que irei narrar agora...

Depois do sonho de hoje, confabulei... confabulei! Refleti sobre as coisas mais desconexas e encontrei uma forma de explicar as coisas de meu MODO, faz sentido - são coisas minhas.

Na minha casa... Como disse há o sótão e o porão, dois setores distintos. Recordando o sonho, compreendi que o mesmo reside no porão. Sim, na parte dos erros de outrora. No lugar do que se busca esquecer, mas jamais se esquece... Confesso que tenho largado de mão o porão! Deve estar bem bagunçado... Um dia terei de confrontar os fantasmas e enterrar os moribundos planos e sonhos.

Sempre que durmo, imagino que caí chuva no telhado... Então adormeço. Uma parte minha é claro, outra vive a subir ou descer escadas. Nesse meu mundo tão pitoresco e surreal, encontro personagens que com o tempo consegui criar. No porão tem o rato velho e míope, que chamo carinhosamente de Pesadelo. Tem a Esfinge que tem uma camisa com a seguinte frase: QUEM SOU EU (sim, presente do orkut). A esfinge surgiu na minha vida, na época da graduação, quando vivenciava o caso Édipo, daí entrou no meu enredo fantasioso para não mais sair. De resto, só existem as lembranças ruins no porão. Tem papel velho colado nas paredes e neles palavras tristes, horríveis e desestimulantes.

No sótão tudo é bom...Confesso que ultimamente o tenho visitado muito. Lá mora a jibóia de pelúcia, ela toma conta dos balões com gás hélio. Nesses balões guardo os sonhos e projetos... Eles estão todos colados no teto. E no momento certo (quando maduros), rompem com a fantasia e se deparam com o real. No sótão também o meu saxofone. Ele toca sozinho, toca toda noite... Confesso que ele está quebrado no momento, mas na fantasia toca que é uma beleza. Há muitos seres nesse meu mundo, em outro momento explico a origem de todos.

Prosseguindo...

Sonhei com o passado moribundo... Andei lendo posts demais, daí me vi revivendo pessoas que há muito tempo escolhi esquecer. Os tais amores antigos que sempre teimam em nos perseguir... É culpa de memória que vive de maneira neutra, antes tomasse partido favorável e me ajudasse a esquecer o que se busca apagar. Mas daí vem a chuva... E os barulhos no telhado me fazem adormecer... Já não bastasse ter que acordar sempre com a Esfinge querendo jogar xadrez comigo... Ninguém merece ser desafiado pela manhã. E pior ainda é responder a questão QUEM SOU EU? Confesso que isso não consigo responder. Quando o fizer de certo a Esfinge morrerá como em Édipo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tributo ao fusquinha 81 (My tops)



O primeiro carro e com ele, a doce lembrança daquele dobrar a esquina (risos). Sim! Lá estava o tão sonhado prêmio, um fusquinha 81! Mal sabia Eu, que ele marcaria tantas coisas em minha vida e que de certa maneira me ensinaria muitas e muitas coisas também. A primeira coisa que aprendi com o fusquinha foi a seguinte: NUNCA COMPRE NADA NO ESCURO (muito importante), mas tudo bem! Quando se é calouro em carros, sempre há margens para erros e nessas horas você acaba comprando um carro Pastel (só massa). E foi assim que comprei meu primeiro "pastel veicular". Um fusquinha branco 81!... Já chegou até mim em “prego” de bateria, como que se tentasse dizer ou demonstrar que aquilo seria uma pequena prova do que veria a acontecer comigo (risos). Um presságio quem sabe. A verdade é que muita coisa aconteceu... O fusquinha venceu uma crise de namoro e foi uma escola para mim! Levou-me para muitos lugares e me permitiu aventuras mil Ajudou algumas pessoas e se mostrou útil nas horas emergenciais. Claro que muitas pessoas (meus pais principalmente) não gostaram do meu investimento "kamikaze", mas fazer o que? Não existe um planejamento rígido mesmo. E as coisas consideradas muitas vezes ilógicas, apresentam lógicas muito complexas..

De certa maneira, o fusca nos marca... Não só pelo cheiro de gasolina que ele deixa na roupa (risos), mas porque é um carro [enigmático]. Uns dizem que ele é pop, porque nos lembra de maneira inconsciente um útero materno. Outros já afirmam que ele era um “Nostradamus veicular", ao salientar a importância das “curvas” nos carros de hoje. Não sei se tais motivos são reais ou imaginários, só sei que aprendi muita coisa com o meu velho fusquinha.

Meu fusca marcou uma fase rica de minha vida! Rica em investimentos nele (risos) e rica em aprendizado e amadurecimento! Dizem que carro é como se fosse um filho, sendo assim o meu fusca foi um avô em fase terminal. O fusca necessita de muitos remédios (risos) e a toda hora deve comparecer no hospital (oficina) para aferir a pressão (limpar o carburador) e pegar remédios na farmácia (outros serviços que sempre surgem), mas de tudo fica saudade agora...

Com meu carro aprendi o quão é Péssimo ficar no prego e ter um monte de gente te xingando (risos). Aprendi que é sempre bom andar com gasolina sobrando e que dependendo do local, o fusca pode sim vir a atolar (fato empiricamente comprovado). Aprendi que quando se tem um fusca, você é sempre “coincidentemente” escolhido para parar em “blitz” e não sei a explicação...

Com o fusquinha a gente se vê obrigado a aprender muito sobre mecânica, afinal a qualquer momento ele “morre” e não tem lugar certo, nem hora pré-determinada para isso acontecer, logo... Sempre se deve ter o kit salva-vidas: alicate e chave de fenda (risos).

Já faz tempo que o fusquinha se foi, mas ficaram boas histórias e aventuras que são próprias dos "fusqueiros de plantão". Fica a lembrança das pessoas que pegaram carona em minha vida e até aquelas que me apoiaram no empurrar do meu velho carro. A verdade é que... Esse fusquinha 81 representou muita coisa para mim e foi uma escola em forma de carro. De todas as lições que tirei com ele... Creio que a mais importante foi que:

Existe momento para investir e momento para largar de mão!

E isso se aplica em todos os aspectos da vida! Têm hora que a ferrugem vem e destrói um namoro, um plano, um sonho, uma meta, uma escolha e etc. E nós temos de ter “sangue frio” para avaliar a condição real da lataria da nossa vida e com isso decidir se: devemos continuar ou prosseguir. Tem hora que a razão tem de vier à tona e nos puxar para a realidade e assim a gente aprende que: terminou. Não dá mais! É partir e seguir adiante e não olhar para trás! Sei que é duro, pois a gente se fixa no investimento que teve, mas há coisas que não tem explicação.

Em um tempo em que todos queremos o carro mais potente e mais rápido, prefiro deixar uma lembrança saudosista do meu primeiro carro... Que mesmo enferrujado, desajeitado, problemático e enigmático, me ensinou muita coisa a respeito da vida e de mim mesmo!

Era fusca, mas era meu...