quarta-feira, 28 de julho de 2010

Aos amigos...

Oi gente! Passando rapidamente...

Por motivos de "força maior" não posso estar escrevendo. Por isso só passei para agradecer os comentários feitos e dizer que em breve retorno com os textos.

P.S: Poderia até postar algo novo, mas acho uma falta de respeito não responder os últimos comentários!

Um abraço


Rockson Pessoa

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lobos, monstros e realidade (My tops)


Ao passo dos acontecimentos que vejo, imagino que as coisas nos chegam aos olhos de maneira distorcida! Ou será que distorcida ficou a sociedade? Nunca fomos tão provados acerca de nossas verdades. Nossos valores têm sido questionados com fogo, e a regra é não acreditar em tudo que se escuta – não esmorecer.

Tudo que aprendemos a respeitar e tudo que tínhamos como certo, parece mudar... Fomos levianos? Ou a libertinagem já grita pelas esquinas com a nossa singela aprovação? As coisas têm mudado drasticamente... O mundo observa mudanças no clima e escutam notícias aterradoras no rádio, enquanto esperamos pelas ruas alagadas... Observamos atônitos, um “disque pedofilia” e me questiono quando haverá o "disque impunidade"? Creio que se existesse tal serviço de denúncia, teríamos milhões de brasileiros trabalhando em telemarketing. Com isso poderia usar aquela frase: "Há males que vem para o bem".

Vivemos uma nova revolução de idéias e parece que deixamos de ter uma certa personalidade. Não ditamos mais a moda, somos ditados por ela e hoje é mais fácil pintar o cabelo e usar um penteado moderno, do que refletir sobre nosso tempo. Pensar ficar fútil demais! Daqui a pouco irão lançar um livro: Você pode pensar - Acredite se quiser! Corremos atrás de disco voadores, aprendemos a admirar astros instantâneos e a lua onde fica? A lua permanece como o velho utópico sonho infantil de conquista, mas sinto que já estamos à beira de sermos conquistados. A lua é apenas um mero marco da conquista de ontem... O que a humanidade busca conquistar hoje?

Quando pequeno, ouvia histórias que eram contadas aos pequenos... Me lembro de que com estas primeiras histórias pude alçar os primeiros vôos da imaginação. Mas hoje as coisas são diferentes, hoje os vôos são fretados por drogas e muitos pequenos pássaros insistem em morrer na saída dos ninhos. Estórias... Contos e lendas de uma época em que os maus eram punidos e que os heróis tinham um final feliz... Hoje os lobos matam e não há lenhadores para socorrer, afinal eles estão em greve em algum sindicato da florestolândia... Ou estão sendo fichados no IBAMA por desmatarem área protegida por Lei.

O que direi aos meus filhos?

O que direi quando perguntarem se o lobo mau existe? Quando me questionarem se há monstros no armário? Como dizer que não há lobos quando vejo na TV políticos sendo absolvidos, mesmo com as provas na cueca? Como dizer que não há "conto de fadas", quando ignoramos a impunidade cotidiana? Sinceramente só posso dizer que as coisas existem...Só posso achar em meio aos meus devaneios, uma resposta às notícias que constantemente vejo na porta, mas será que isso realmente importa? Afinal podemos ligar para um reality show e pedir inconsciente que um herói sem rosto nos salve de nossas mazelas existenciais, ou quem sabe ele nos faça esquecer o mundo tenebroso que fica na esquina...

Nem tudo está perdido...

Tempos atrás, os assassinos da pequena chapeuzinho vermelho foram condenados, um casal de lobos alados. E outros lobos estão sendo encerrados em jaulas, mas como ter paz quando os lobos de terno italiano teimam em uivar na porta de casa? Como ter paz quando os monstros do meu imaginário acabam por nascer nas páginas dos noticiários? É como dizia a velha história... É melhor seguir pela estrada correta e não enveredar pelos atalhos que a vida nos oferece! Pois os lobos sempre haverão de existir, tanto no nosso velho e esquecido baú imaginário da infância de outrora, quanto na triste realidade de nossa sociedade moderna.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O vezo do avesso

O vezo do avesso

Seria portanto hipocrisia?
Ou uma banalidade distorcida, que evocamos da mente?
Aquele velho sorriso displicente...
Que em retóricas se cria...
Uma anomia disforida..
O Vezo puro e complicado.

O vezo do avesso
Surge em nossa própria covardia
Pela ausência de confrontos de uma vida
Surge pelo hábito escuso de julgar...
Da necessidade fustigante de falar
Nasce com a natureza humana.

O vezo do avesso...
Está em nosso respirar
Em cada olhar sem censura e muitas vezes distorcido
Está no caráter foragido, da legalidade da verdade
A eterna necessidade de um confronto necessário
Um ímpeto atenuado...
Pela sofisticada capacidade de falsear

domingo, 18 de julho de 2010

Quando a Terra engole o Sol (My Tops)


É quando a terra engole o sol, que eu percebo que o tempo vai se esvaindo em sua elegância típica. Percebo que não aproveitei ao máximo as primeiras horas do dia e que mais uma promessa do tipo: “hoje eu termino isso!” não se concretizou. Quando vejo que o sol começa a “descer as escadas”, os pássaros fazem suas serenatas ao infinito, como que preces desesperadas ou pedidos para o dia que ainda irá morrer... É engraçado, parece que os pássaros cantam um canto triste e os homens, andam com seus carros barulhentos brindando o “astrocídio”. É não há mais respeito pelas perdas das pessoas, tampouco pelas perdas dos pássaros...

É quando a terra engole o sol, que sujeitos “bem vestidos” se põe nas esquinas a espreita de jovens que querem ser “descolados,”e assim nasce mais um viciado. É nessa hora que moças jovens e bonitas deixam seus lares e buscam um "ponto" para conseguir uma grana fácil... Creio que quando a terra engole o sol, ela também tira de nós (seres humanos), o respeito e o amor pela vida... Pois é geralmente depois que o sol morre, que algumas dúzias de jovens aparecem crivados de balas e na carteira, nem uma carta de adeus... É nesta hora que tudo silencia, menos as ruas, que se agitam com seus carros, que disputam pedaços de asfalto e o som destes carros barulhentos, se confundem com as buzinas raivosas e desesperadas das avenidas... E no céu, fica aquele cheiro enjoativo de fumaça e nem adianta “cheirar” pó de café, pois você pode ser confundido com um “cheira cola” ou “cheira a lixo”.

É quando a terra engole o sol, que as pessoas se aglomeram nas mesas e afogam as mágoas de mais um dia atribulado... É nessa hora também que os amantes desfrutam o silêncio das coisas, e Parece que o tempo pára... Parece que as nuvens se demoram para seguir seu rumo... Parece que parte de nós vai morrendo e deve ser mesmo. Creio que nessa hora vamos perdendo um pouco de fôlego... E quando a terra começa a mastigar os primeiros pedaços do sol, as sombras de tudo que há, parecem se agarrar nas coisas e até em nós... Se penduram e se "prendem" em um desespero silencioso... Formam os retalhos de um adeus pacífico e necessário. Tudo isso ocorre quando a terra vai engolindo o sol, sem pressa e sem culpa. Uma areia movediça impiedosa que rouba a luz, para dar lugar a noite que sempre chega mais cedo do que queremos.
Assim as mãos se encontram e os corações esperam pela a lua que vem brindar o amor... Nessa hora também os homens passeiam com seus cachorros e alguns outros correm pelas praças com seus fones de ouvidos que fazem mal a saúde.
É quando a terra engole o sol... Que percebo que a vida é uma dádiva e que deve ser aproveitada com tudo que temos e somos. Hoje e amanhã a terra irá engolir o sol, mas nem todos estarão lá para ver o espetáculo. A verdade é que os seres humanos, tendem a ver as coisas negativas da vida... Aprendemos a apreciar os fatos ruins e com isso, gravamos só as tragédias do cotidiano... Deve ser por isso, que valorizamos tanto a morte do sol de todo o dia e jamais apreciamos o nascimento do mesmo, pois como já disse um certo alguém:

“Nunca desanime quando seus esforços forem em vão, pois até o sol ao nascer, dá um belo espetáculo mas,quase sempre, encontra a platéia dormindo! "

A verdade é que não há necessidade de chorar, pois só se pode nascer quando se está morto. E assim o sol segue em sua odisséia infinita de morrer para nascer mais uma vez. A grande questão é saber: Você vai apreciar a morte ou o nascimento do Sol? Sabe... Isso é uma questão de escolha e de hora.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Mesma casa, memória, seres e chuva.




Hoje tive um sonho meio chato... Seria pesadelo, mas a legenda dizia até 14 anos! Logo, foi um sonho chato, na medida que sonhei com o que não queria sonhar. Têm coisas que queremos esquecer, mas somos convidados a lembrar...

Em outro post eu falei sobre minha [Eu CASA], uma idéia figurada: http://rocksonpessoa.blogspot.com/2010/07/diznivel-e-eustrutura.html seria interessante, para quem não leu, dar uma lida para entender o que irei narrar agora...

Depois do sonho de hoje, confabulei... confabulei! Refleti sobre as coisas mais desconexas e encontrei uma forma de explicar as coisas de meu MODO, faz sentido - são coisas minhas.

Na minha casa... Como disse há o sótão e o porão, dois setores distintos. Recordando o sonho, compreendi que o mesmo reside no porão. Sim, na parte dos erros de outrora. No lugar do que se busca esquecer, mas jamais se esquece... Confesso que tenho largado de mão o porão! Deve estar bem bagunçado... Um dia terei de confrontar os fantasmas e enterrar os moribundos planos e sonhos.

Sempre que durmo, imagino que caí chuva no telhado... Então adormeço. Uma parte minha é claro, outra vive a subir ou descer escadas. Nesse meu mundo tão pitoresco e surreal, encontro personagens que com o tempo consegui criar. No porão tem o rato velho e míope, que chamo carinhosamente de Pesadelo. Tem a Esfinge que tem uma camisa com a seguinte frase: QUEM SOU EU (sim, presente do orkut). A esfinge surgiu na minha vida, na época da graduação, quando vivenciava o caso Édipo, daí entrou no meu enredo fantasioso para não mais sair. De resto, só existem as lembranças ruins no porão. Tem papel velho colado nas paredes e neles palavras tristes, horríveis e desestimulantes.

No sótão tudo é bom...Confesso que ultimamente o tenho visitado muito. Lá mora a jibóia de pelúcia, ela toma conta dos balões com gás hélio. Nesses balões guardo os sonhos e projetos... Eles estão todos colados no teto. E no momento certo (quando maduros), rompem com a fantasia e se deparam com o real. No sótão também o meu saxofone. Ele toca sozinho, toca toda noite... Confesso que ele está quebrado no momento, mas na fantasia toca que é uma beleza. Há muitos seres nesse meu mundo, em outro momento explico a origem de todos.

Prosseguindo...

Sonhei com o passado moribundo... Andei lendo posts demais, daí me vi revivendo pessoas que há muito tempo escolhi esquecer. Os tais amores antigos que sempre teimam em nos perseguir... É culpa de memória que vive de maneira neutra, antes tomasse partido favorável e me ajudasse a esquecer o que se busca apagar. Mas daí vem a chuva... E os barulhos no telhado me fazem adormecer... Já não bastasse ter que acordar sempre com a Esfinge querendo jogar xadrez comigo... Ninguém merece ser desafiado pela manhã. E pior ainda é responder a questão QUEM SOU EU? Confesso que isso não consigo responder. Quando o fizer de certo a Esfinge morrerá como em Édipo.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Tributo ao fusquinha 81 (My tops)



O primeiro carro e com ele, a doce lembrança daquele dobrar a esquina (risos). Sim! Lá estava o tão sonhado prêmio, um fusquinha 81! Mal sabia Eu, que ele marcaria tantas coisas em minha vida e que de certa maneira me ensinaria muitas e muitas coisas também. A primeira coisa que aprendi com o fusquinha foi a seguinte: NUNCA COMPRE NADA NO ESCURO (muito importante), mas tudo bem! Quando se é calouro em carros, sempre há margens para erros e nessas horas você acaba comprando um carro Pastel (só massa). E foi assim que comprei meu primeiro "pastel veicular". Um fusquinha branco 81!... Já chegou até mim em “prego” de bateria, como que se tentasse dizer ou demonstrar que aquilo seria uma pequena prova do que veria a acontecer comigo (risos). Um presságio quem sabe. A verdade é que muita coisa aconteceu... O fusquinha venceu uma crise de namoro e foi uma escola para mim! Levou-me para muitos lugares e me permitiu aventuras mil Ajudou algumas pessoas e se mostrou útil nas horas emergenciais. Claro que muitas pessoas (meus pais principalmente) não gostaram do meu investimento "kamikaze", mas fazer o que? Não existe um planejamento rígido mesmo. E as coisas consideradas muitas vezes ilógicas, apresentam lógicas muito complexas..

De certa maneira, o fusca nos marca... Não só pelo cheiro de gasolina que ele deixa na roupa (risos), mas porque é um carro [enigmático]. Uns dizem que ele é pop, porque nos lembra de maneira inconsciente um útero materno. Outros já afirmam que ele era um “Nostradamus veicular", ao salientar a importância das “curvas” nos carros de hoje. Não sei se tais motivos são reais ou imaginários, só sei que aprendi muita coisa com o meu velho fusquinha.

Meu fusca marcou uma fase rica de minha vida! Rica em investimentos nele (risos) e rica em aprendizado e amadurecimento! Dizem que carro é como se fosse um filho, sendo assim o meu fusca foi um avô em fase terminal. O fusca necessita de muitos remédios (risos) e a toda hora deve comparecer no hospital (oficina) para aferir a pressão (limpar o carburador) e pegar remédios na farmácia (outros serviços que sempre surgem), mas de tudo fica saudade agora...

Com meu carro aprendi o quão é Péssimo ficar no prego e ter um monte de gente te xingando (risos). Aprendi que é sempre bom andar com gasolina sobrando e que dependendo do local, o fusca pode sim vir a atolar (fato empiricamente comprovado). Aprendi que quando se tem um fusca, você é sempre “coincidentemente” escolhido para parar em “blitz” e não sei a explicação...

Com o fusquinha a gente se vê obrigado a aprender muito sobre mecânica, afinal a qualquer momento ele “morre” e não tem lugar certo, nem hora pré-determinada para isso acontecer, logo... Sempre se deve ter o kit salva-vidas: alicate e chave de fenda (risos).

Já faz tempo que o fusquinha se foi, mas ficaram boas histórias e aventuras que são próprias dos "fusqueiros de plantão". Fica a lembrança das pessoas que pegaram carona em minha vida e até aquelas que me apoiaram no empurrar do meu velho carro. A verdade é que... Esse fusquinha 81 representou muita coisa para mim e foi uma escola em forma de carro. De todas as lições que tirei com ele... Creio que a mais importante foi que:

Existe momento para investir e momento para largar de mão!

E isso se aplica em todos os aspectos da vida! Têm hora que a ferrugem vem e destrói um namoro, um plano, um sonho, uma meta, uma escolha e etc. E nós temos de ter “sangue frio” para avaliar a condição real da lataria da nossa vida e com isso decidir se: devemos continuar ou prosseguir. Tem hora que a razão tem de vier à tona e nos puxar para a realidade e assim a gente aprende que: terminou. Não dá mais! É partir e seguir adiante e não olhar para trás! Sei que é duro, pois a gente se fixa no investimento que teve, mas há coisas que não tem explicação.

Em um tempo em que todos queremos o carro mais potente e mais rápido, prefiro deixar uma lembrança saudosista do meu primeiro carro... Que mesmo enferrujado, desajeitado, problemático e enigmático, me ensinou muita coisa a respeito da vida e de mim mesmo!

Era fusca, mas era meu...



terça-feira, 13 de julho de 2010

DIZnível e EUstrutura




As vezes penso ser uma casa de 3 estruturas.
Uma parte é Eu mesmo e as demais clara figura...
A segunda é sótão, lugar de desejos, sonhos e candura.
A terceira é porão...
Lugar de delírios, pecado e loucura .


(Rockson Pessoa)

segunda-feira, 12 de julho de 2010

A menina na pedra



E a menina sentada na pedra almejava a lua!
De certo buscava estrutura [concreta] para tal desventura...

De tanto na pedra ficar, virou escultura...

A prova do eterno desejar.

A concretização de esperança futura.


(Rockson Pessoa)

sábado, 10 de julho de 2010

Sexo dos Anjos (My tops)


Tudo perde o brilho com o passar do tempo! Não sei se pelo cansaço dos olhos ou pela perda gradativa de tudo... As coisas caminham na atomocidade de eventos! Como a velha calça que ganha tons opacos com o passar do tempo. Como o velho vitral da sala que alheio a tudo reflete com menos vivacidade o brilho das coisas... Será uma conspiração do universo? Será apenas um processo natural ou a fantasia leviana de querer envelhecer tudo e todos? Abrimos uma boca cheia de dentes e com olhos atordoados ignoramos as pequenas mudanças, retoques na verdade que a vida dá para tudo e todos.

Nas fotos observo que a calça não é mais viva com outrora e aquela intensidade não se observa mais. Será que só a calça perdeu a majestade do brilho? Isso é algo que minha "caixa preta" tentará responder, e nesse vício de infortúnio e fiscalizar o inapropriado é que as coisas caminham ao passo lento do mundo... Como o transeunte que vaga por vitrines e fachadas e os carros que se guiam cegos pelas ruas desertas.

O velho vitral pode ser vítima da luz quem sabe? Afinal se pode culpabilizar o externo de nós mesmos! Assim se consegue o [culpado idealizado]... Quem sabe o opaco de tudo é uma luz que perdeu a intensidade, como um rosto que não esboça sorriso e como pele pálida que se refugia na escuridão.

O que sei é que... Se eu fechar os olhos tudo perde o brilho de uma maneira ou de outroa, e não importa mais a intensidade de estímulos. Confabular aspectos irrisórios é a mesmice da mente, mas quando não se tem o que pensar logo se busca questionar o sexo de anjos.

Vou dormir antes que se levante outro questionamento de notória relevância... Mas será que as coisas continuarão a envelhecer quando eu dormir? Não poderia o relógio do tempo adormecer também? Descansar quem sabe das coisas dos homens...

É sexo dos anjos!

Melhor dormir. Quem sabe em meus devaneios encontre anjos a responder levianos questionamentos.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Segredo


"Há certas coisas na vida que hoje me permito entender...
Aquelas que jamais deveria ter dito.
Outras que nunca poderei dizer."


(Rockson Pessoa)

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Fantasia, praias e tartarugas marinhas



Há quem diga que as tartarugas sempre voltam à mesma praia onde outrora foram ovos. De maneira geral todos os quelônios possuem esse rito. Mas quero falar das tartarugas marinhas!

No período da desova elas voltam para as areias do passado... Sobem com dificuldade até a praia e quando encontram o lugar perfeito cavam, fazem a postura e por fim, tapam com cuidado e logo já estão no mar mais uma vez.

- Me sento um pouco nas areias dessa [minha] praia...

Somos como tartarugas marinhas!

Em todo o percurso de nosso desenvolvimento e existência vivenciamos 02 (dois) grandes momentos de fantasia. Infância e envelhecimento.

Na infância acabamos por conhecer a fantasia e aprendemos a fazer uso da mesma. Assim somos heróis e até podemos voar... E depois do vôo há que se pousar e assim mergulhamos na realidade "mediados" pela adolescência que floresce! Daí por diante vivemos a realidade nua e crua e passamos a viver para quitar o "consórcio da vida". Mas a fantasia não desaparece por completo, assim quando somos pais, recebemos doses de fantasia e assim confabulamos antes e após o nascimento dos filhos. E assim da mesma forma súbita que aparece ela volta a se esconder e seguimos pelo cotidiano da vida até que... Começamos a vivenciar o "declínio cognitivo e físico" e com ele também ocorre o declínio da realidade. É como se a fantasia aplicasse um "Golpe de Estado" reivindicando o trono. Com isso temos um rei infante com vestes envelhecidas.

De maneira leviana essa fantasia é para mim, a praia de nossa origem. Penso que estas areias fantasiosas nos protegem na infância, de fato elas nos constituem... Na adolescência somos forçados a ir ao mar e deixamos, meio que esquecemos a fantasia. Na vida adulta retornamos algumas vezes. Temos de colocar ovos, nossos filhos e acabamos por ter um novo contato e assim se dá um ciclo de ritos, vida e morte...

- Volto e permaneço no [meu] mar...

Mas sei que haverei de retornar para as mesmas areias e outrora. Essa praia da minha infante fantasia.

Menino de rua


Era uma vez um menino que perambulava pelas ruas da grande cidade... Seu olhar contemplava tudo e todos e por mais que o desprezassem, ele apenas sorria. Maltrapilho e descalço, se sentia o dono de tudo, afinal era senhor de todas as esquinas daquele lugar.

De noite procurava se recolher, com isso, encontrava companhia no amigo de muitos anos, um velho papelão e assim dormia e sonhava. Nos seus sonhos, já não era pequeno, e nos pés um lindo sapato... Nesse mesmo sonho, se via engravatado, como as pessoas que via na rua, as mesmas pessoas que o ignoravam e de certa maneira o desprezavam. Em certo momento, ele entrava em uma luxuosa panificadora e comia uma torta que só poderia ser comida com um dinheiro que ela não possuía. E assim seguia o seu sonho, onde assumia algo que não era ele e nem dele.

No dia seguinte, mais uma vez estava vagando maltrapilho e satisfeito, pelas ruas da velha cidade. Agora seguia para frente de uma churrascaria e ficava um bom tempo gravando cada detalhe de tudo, dos pratos, das carnes e contemplava tudo sorrindo. Depois procurava no lixo algum pedaço de sanduíche e voltava a olhar para a comida e para as pessoas que freqüentavam o lugar... Em dado momento, um mendigo que passava pelo local, e que o conhecia o indagou:

-O que você ganha olhando essas coisas meu filho? Não sabe que não tem dinheiro para comprar nada disso?!

- O que eu ganho tio? (O garoto esboça um sorriso de francos dentes)

- Eu ganho meu jantar de todas as noites, pois quando eu durmo eu sonho que posso comer tudo aquilo que vejo durante o dia. Por isso fico aqui para que a minha cabecinha não esqueça os detalhes de nada...

- O velho mendigo o olha sem entender!

- Sabe tio... Vou te contar uma coisa...

-
O menino dá uma mordida apaixonada no velho sanduíche ... Fita os olhos do mendigo com uma convicção assombrosa e em meio a um tímido sorriso, dispara...

-Hoje a noite serei aquele doutor ali

terça-feira, 6 de julho de 2010

Definições, chicletes e Apego


Daí a gente se apega...

Sem definição, sem explicação e nem critério nosológico. Simplesmente nos [a]pegamos! Meio que nos colamos em certo alguém. E não tem explicação plausível... É como encontrar aquele chiclete velho embaixo da mesa na sala de aula... Sem elucidação!

Necessitamos do outro... Precisamos respirar novas idéias, novas formas de escrita, novos estilos de poesia e doses vitais de carinho. "Somos onívoros de amor" - disse Neruda! Há em nós um espaço ideal para o encontro com o outro... Há a vaga exata, para que estacione um carro, uma moto e por que não uma bicicleta, na porta de nossa vida. Claro, claro... Pode ser aquela bicicleta com buzininha estilizada, assim facilita até o preparo para o encontro.

"Você dá aquela buzinada e minha pessoa já se prepara para te receber". Somos assim... Seres inexplicáveis, mais cheios de amor sem forma definida...

Somos chicletes!

Sei lá, chicletes que foram colados em dado lugar e sem qualquer configuração de espaço, nos sentimos assim, meios que pela metade, mas totalmente cheios de amores e desejos. Chicletes velhos em madeiras novas - espaços antigos em eternas e novas configurações...

E sabe por quê?

Porque nos apegamos... Pegamos a vogal, que pode ser definida como o Eu e colamos em um verbo tão forte que pode ser VOCÊ e assim há um link perfeito/ imperfeito... Nos A PEGAMOS e nessa furtiva necessidade de contato, eis que surge: APEGO!

Agora você é minha madeira... E Eu teu chiclete

sábado, 3 de julho de 2010

A LUA SEMPRE VEM DEPOIS DO SOL - Texto feito para colação da turma de psicologia 2008 (My tops)


Se me perguntassem o que aprendi depois desses anos de dedicação e estudo... Responderia a seguinte coisa:

"A lua sempre vem depois do Sol!"

Hoje... colegas, amigos, professores, pais e familiares se reunem aqui neste local para celebrarem a colação de uma turma de psicólogos, excelentes por sinal. E queria eu, poder ver as feições assustadas de todos vocês ao ouvirem tão comum resposta de um recém-formado psicólogo... Mas é a verdade, a mais pura verdade! A lua sempre vem depois do sol...

Então vocês devem estar se questionando o que isso tem haver com uma formação profissional, afinal, falamos de um investimento de [05 anos] e se esse que vos fala, só tem essa resposta? logo se pode imaginar que muito não se aprendeu... Ledo engano, na verdade tal afirmação significa um aprendizado verdadeiro e convicto.

Há aqui neste lugar, alguém que pode afirmar que essa idéia acerca dos astros é errônea? Creio que não! Porque isso é algo que aprendemos em qualquer lugar... A lua sempre vem depois do Sol - é fato. Meus colegas de turma, excelentes amigos e para mim formidáveis psicólogos. A jornada foi longa não acham?! Foi uma grande aventura essa formação. Anos de investimento, em estudo, trabalhos e leitura. Minhas apostilas estão lá... guardadas para mostrarem que não minto. E quero aproveitar a oportunidade para dizer que me sinto agraciado de ter participado desse percurso com todos vocês, muito obrigado!
Não me recordo o número exato dos que iniciaram essa caminhada, da mesma forma que não sei ao certo, quantos ficaram pelo caminho... Uns ficaram ao amanhecer do dia, la pelas 06 horas da manhã, pessoas que não me recordo com clareza, afinal ainda amanhecia, como clarear ainda tão cedo. O sol ainda estava por nascer... A natureza humana é algo magnífico, afinal tendemos sempre a agruparmos. E nossa turma não fugiu a essa regra universal e assim, existiram grupos, subgrupos, trios, e pessoas que teimavam em transitar de maneira livre por esses “mundos”. Ainda hoje grupos permanecem juntos e unidos, isso me faz lembrar alegria e potencialidade. Como o sol que aparece triunfante ao meio-dia, enquanto almoçamos com amigos e falamos amenidades sobre a vida... Entendo que depois de almoçarmos ficamos cansados, é algo endócrino aprendi em certo aula, com essa mesma turma. Será que por isso a nossa turma vivenciou tantos períodos de “deserto”.? É... salas desertas, pessoas cansadas, a vida foi complicada para todos nós, mas seguimos... sempre debaixo desse sol escaldante, e mais alguns ficaram pelo caminho, agora por volta do meio-dia...Mas por favor amigos, não mudem seus hábitos, só por causa deste que vos fala... E a nossa turma teve de seguir e hoje estamos aqui. Espero que nínguem esteja suado e com areia nos pés...É a colação de vocês!

Desde que nos entendemos por gente e passamos e pensar ( geralmente depois de levar-mos aquelas boas palmadas dos pais, lógico que merecíamos), começamos a confabular e a partir dessas confabulações aprendemos que a única certeza que temos na vida é que morreremos. Desculpe mas é a mais dura verdade... Se não sabia, já pode providenciar a apólice de seguros. Mas não vim falar de seguros e sim, que a lua sempre vem depois do Sol... E assim, no entardecer da nossa vida acadêmica, nos deparamos com os temores próprios dos acadêmicos, afinal logo seríamos: o doutor da família, o orgulho do pai e da mãe, a salvação das nossas famílias problemáticas (todas são) e uma gama de títulos que claro, nos assustam... Pois bem, nós tememos - isso é humano... O novo assusta e mobiliza, mas tivemos de prosseguir... Foi uma época difícil, iniciamos os primeiros estágios e começamos a trocar de pele, como cobras (desculpe a comparação) e assim passamos a fazer uso dessa nova pele - sentir-se Psicólogo e psicóloga.

Tenho certeza que na sexta-feira, lá pelo finalzinho da tarde o sorriso brota como que por mágica nas faces de todos aqui presentes, não posso apostar, afinal estamos vivendo a crise mundial – tenho de guardar dinheiro, mas tenho quase certeza que todos nos alegramos na sexta-feira pela tardinha... Cada qual com seu programa! Lógico, afinal "cada louco com sua mania..." Mas da mesma forma que nos animamos pela tardinha, nós formandos também nos alegramos , ainda mais os que apresentaram de maneira tranquila o TCC, (se você é maior de 45 anos, TCC é a antiga Monografia) e assim foi possível respirar... E como foi bom esse respirar tranquilo.

Hoje já é noite em nossas vidas, estamos mais calmos, o sono é mais tranquilo, os cabelos pararam de cair... Eu ainda roou as unhas, mas não vamos chegar no mérito da quesão, pois tem gente que ainda engorda... Mas deixemos isso de lado! Hoje todo mundo esquece dieta mesmo. Mas como eu ia dizendo...chegamos! Poucos, mas chegamos e com essa chegada, ganhamos de presente certas coisas , além da beleza da lua e logico.Certas coisas, tais como: sabedoria, maturidade, responsabilidade, credibilidade, senso de dever cumprido, um diploma, um título e acima de tudo a certeza de nosso papel na sociedade.

Se me perguntassem o que aprendi depois desses anos de dedicação e estudo? Responderia mais uma vez que: a lua sempre vem depois do sol! Mas se engana quem pensa que essa frase é tao banal quanto o repetir da mesma. Meus amigos homenageados, pais, familiares e professores... Gostaria de explicar a minha simples e tão desconexa explicacao.

"A lua sempre vem depois do sol... "

Significa na verdade, que nada que acontece hoje é novidade... Tudo que vivemos agora já aconteceu em dada época e lugar... Outras colações como essa aconteceram e irão acontecer. A vida é um ciclo pérpetuo de coisas. Novas hoje e velhas amanhã... E como formando, entendo que o maior aprendizado é termos consciência que não importa apenas o canudo que iremos receber, nem tampouco os cargos que assumiremos. O importante é compreender que estamos em constante mudança, hoje podemos ser o sol e amanhã a lua... A verdade, bem a verdade é que todos nós, sim formandos e todos os demais... Precisamos sempre do aprimoramento, nos qualificarmos e assim fazer com que essa construção de [Si MESMO], seja uma constante em nossas vidas – A vida é isso um comecar para terminar , para que no dia seguinte possamos observar mudancas, é... por que não dizer APRENDIZAGEM?
Caros colegas, hoje vocês são psicoóogos e serão responsáveis por muitas vidas, como já dizia, o profeta Homem Aranha: Grandes poderes trazem grandes responsabilidades, sendo assim, espero que todos nós possamos fazer uso de nossos conhecimentos, a fim de levarmos conforto para mentes, almas e vidas...

sexta-feira, 2 de julho de 2010

No campo da Emoção


Hoje o Brasil foi eliminado... É duro mas é a nossa triste realidade!

Estava assistindo ao jogo e confesso que aquele primeiro gol, me enganou na medida que pensei: "Será fácil", mas quem imaginaria o final que tivemos? Creio que nem os mais pessimistas...

Na vida, no tocante aos sentimentos, as coisas se parecem... Poderia até arriscar que a partida de hoje (jogo), bem com a partida de nossa seleção (eliminação da copa) é um simulacro, grotesco mas real, das coisas emocionais - coisas do coração.

O Brasil entrou em campo e com todos aqueles jogadores estava um pouco de nós... Havia de certa maneira esperanças depositadas... Havia uma representatividade do tamanho do mundo e esquecemos que estávamos em um contexto de sorte e azar. Em um mundo de 50% para cada time. Mas pensamos nisso? Não... Há quem tenha feito "simpatias", há quem tenha elaborado um contexto favorável fazendo o uso de subjetividades... Há quem encontrou uma lógica rabiscada, uma forma de tocar a realidade?! Talvez! Somos indivíduos e dotados de uma razão também, mas vamos esquecer um pouco isso. Quero falar do campo da emoção!

Não há explicação... As coisas acontecem quando pensamos e agimos na emoção! Há quem as domine, outros são dominados e assim... Felipe Melo é expulso! Sim, ele se deixa envolver pelo fogo do momento e é vítima do passional! Na vida real... Quantos não matam por amor? Matam porque esquecem que há a possibilidade de o fantasioso amor terminar... Mas no campo há quem não respeite os cartões amarelos [alerta] e acabam por transgredir e determinar um cartão vermelho.

Expectativas... Quantos expectativas depositadas em um seleção! Somos visados, somos odiados, admirados, invejados, perseguidos! Somos o Brasil... E quando o assunto é futebol não se encontra razão alguma. Assim somos nós também na vida real. Há expectativas... Existem cobranças e por fim temos de lidar no campo da vida.

Por fim... (se assim se pode dizer)

A nação hoje chora, mas temos que entender que na vida se perde e se ganha, por mais que ainda tentem distorcer esse fato!

P.S: Para o Brasil só em 2014, mas para nós... Todo dia é uma novo possibilidade.


quinta-feira, 1 de julho de 2010

Confabulações de tempo à tempos


(...)


Há cinco anos atrás me considerava tão sábio, perfeito, correto e maduro que ao relembrar de certas coisas, percebo que hoje não cheguei nem perto da metade do que antes eu Era em suposição. Mas não foi em vão esses passeios no derradeiro tempo, pois nessas viagens sem [tempo certo] percebo que ainda sou o mesmo [humano imperfeito] de cinco anos atrás. Claro que ocorreram mudanças, aceitei de fato e com real sofrimento, que vivemos para aprender, até que morra em nós a fustigante necessidade de mudar e amadurecer...

Por fim... A única confabulação possível é:


Era tão ingênuo que não era possível nem ao menos compreender isto!