terça-feira, 29 de junho de 2010

Pedaços


Ela veio em pedaços...


Veio em fragmentos incompreensíveis;
Em devaneios e promessas absurdas!
Quis tê-la abraçado...
Eu quis muito ter sido [dela] e assim culminar numa recíproca!

Mas...

Chegou em pedaços...

Tive ao alcance de meus belos sonhos
Mas jamais...
No sentido [concreto] de uma doce realidade.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

UM OÁSIS EM MEIO AO DESERTO - Trabalho realizado no Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro (My tops)




Lembro do primeiro atendimento realizado no grupo de familiares do CPER, na qual eu e mais algumas pessoas participamos conjuntamente. Lembro-me da sala com aparência tão residual quanto uma esquizofrenia que embota a alma. Recordo-me dos primeiros rostos que fitei e em todos eles se via marcas de uma vida de sofrimento e de luta. A fala de todos aqueles familiares parecia buscar devotar aquele sofrimento que ambos sentiam. Como se quisessem mensurar uma dor – como se buscassem dizer que a dor de cada um sentia era maior ou mais significante do que do outrem.

Então estava configurado o cenário. Uma sala de triste e de mórbida aparência, e pessoas tão tristes e pálidas como a tal sala. Nós os facilitadores do grupo estavam assim no papel de contribuir de alguma forma e conjuntamente com tais indivíduos. Um trabalho deverás difícil, porém não impossível.

Em dado momento na sala, uma fala ressoa de maneira atordoadora “Ah eu já nem me lembro da minha data de nascimento”. Bom, essa fala causou uma revolução em minha mente e ali pude constatar não somente o que os olhos viam, agora podia escutar o próprio som da anulação, o som da perda de identidade. O forte som que diz de certa maneira: “passo a viver pelo meu familiar que é doente e esqueço de mim mesmo”, ou seja, a partir do surgimento da doença, se observava assim que toda a família se mobiliza junto com esse processo de adoecimento. Quando busco uma forma de ilustrar esse grupo, a imagem que me vem é de um deserto. Onde tudo é difícil e complicado.

Um deserto onde os dias são longos, e você se vê debaixo de um sol escaldante, procurando uma vaga para uma avaliação psiquiatra, onde você se vê ali com um familiar, que precisa ser vigiado, pois teme que este faça mal a alguém ou que até mesmo faça mal a si mesmo. Um deserto em que você não consegue parar nem para pensar em si, pois o tempo é curto para tantas e tantas inspeções médicas e o único maná que desce do céu é um auxílio saúde e quem sabe uma aposentadoria.

Dado deserto onde as noites são mais aterradoras , onde o frio é tanto que dói a alma. Onde a noite é deverás traiçoeira e nela surgem vozes que mandam alguém machucar ou até mesmo “esquartejar” o outro. Onde o sono não é tão saboroso, na verdade é um sono de bombeiro de emergência, pois a qualquer momento você se vê na emergência de alguma situação.

Então assim é esse deserto. E eu e outros colegas estávamos nesse deserto também, pois ao ouvirmos as histórias, os depoimentos, os relatos emocionados. Sentimos o sofrimento de cada participante, mas somos continentes e estamos ali para de alguma forma construir algo em comum ajuda com estes participantes. Sendo assim entendemos que há uma troca – um fazer junto.

Quando estamos no deserto, o que buscamos tanto na fantasia, quanto na realidade é encontrar um oásis. Um lugar que nos proporcione água, um descanso e um incentivo para prosseguir no tal deserto da vida.

O grupo de familiares é assim o oásis. Que se permite construir na medida em que as pessoas passam a gostar de freqüentar o grupo, no passo onde a escuta do outro, permite ao sujeito ver que cada um tem uma dor, um desafio, mas que ninguém sofre mais que outro. Um oásis onde cada um tem um tempo de se ver no reflexo dessas águas e que com isso possa se notar como um “SER”, não apenas um cuidador, mas sim, indivíduo dotado de singularidades. Um oásis onde podemos descansar dos infortúnios da vida. Mas um lugar acima de tudo em que possamos criar, onde possamos nos articular e assim buscar melhorias para nossos familiares.

A sala não vai mudar de aparência e nem tampouco aquele velho ar-condicionado irá parar de roncar de maneira alucinante, mas acredito que as pessoas possam mudar à medida que acreditam que a vida não é somente sofrimento. A idéia de oásis é a idéia de em meio aos muitos desertos existem lugares para se descansar, mas em nenhum momento o deserto deixará de existir. Assim como na clínica, alguém senta ao divã para descansar e verbalizar aquilo que incomoda. No grupo familiar, a mesma coisa acontece, e cadeiras se tornam mais que divãs.

Com isso entendemos esse oásis como um lugar, onde a dor pode ser abarcada por nós profissionais. Um lugar em que os fantasmas não causam tanto medo, nem aos familiares nem tampouco aos profissionais – uma pausa para que se possa trilhar o caminho com uma nova perspectiva.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Amor e dúvidas de conta conjunta


Passou... E aqui ficou meu [Eu]
Indecifrável digital.
Um xiste sem graça! Piada inacabacada...

Eu sei que estava uma mixórdia, mas não tinha jeito?
Não se pode arrumar o coração?

Passou... Rápido/ligeiro e nos olhos a decepção.
Se foi!Para longe levou...
Um misto de saudade e dor se instalou...

Passou... E aqui ficou meu [Eu]
Eu de Mim... e algumas comorbidades...
Para mostrar que sempre fica um pouco, algo mais!
Fagulhas de desejo... Pedacinhos de [volta depressa]
Senhas de uma conta conjunta...
Que em tal conjuntura perdeu a razão.

Vou debitar um pouco de mim de você

Posso não te pôr em dívida...
Mas sempre cabe uma dúvida
De não mais te querer...
Mas por fim...

Fica apenas o leve perfume e os versos
A lembrança inaudível dos sorrisos e dos abraços...
Dos pactos quebrados e indissociáveis.
Extratos diversos..

É vezo! Sim, esse hábito que tens...

Vai mais não parti! Fica em mim!

Colou em minha´lma... Sanguessuga voraz!
Antes tivesse ausente, mas ficou presente o [in]desejo
Esse desejo louco e desalmado...
Gutural bobo desfecho.
Deleito...
De no final te querer

Envelhecendo


E então vai envelhecendo...
Envelhecem as idéias.
Envelhecem os preconceitos. Tudo é fulgaz...
Fito o infinito.

Envelhece a casa, a poeira cai
Ela corre louca e insana vai..
Leva meus fragmentos de vida.

Envelhece o rosto... Quem é esse no espelho?
Bem disseram que há estranhos em nós.
Me esqueci de aprender a perder...

Escurece lá fora?
Ou já me ilumina a penúmbra?
Acizentou o céu... Agora se tornou opaco.
A escuridão me circunda.

O tempo parou? Ou ando mais lento?
Não sei ao certo - tudo é relento
Desse misto de fadiga e saudade.
[Sofrimento]

Envelheci e já sinto...
O peso, a dor e o sofrível...
Reconhecer que já me apresso.

Já corro!

Rumo ao desconhecido
O tão fatídico e inesperado
Infinito.

Perder-se


Nas trilhas sinuosas vou me perdendo...
Nessas inconstâncias vertiginosas - vertigens de tempo...

Como perder-se? Perder o caminho ou razão de trilhar...
Nos perdemos aos poucos...
No conhecimento que chega.
Na poesia que fica!

Nos perdemos sem a identidade do PORQUE(?)
Nos perdemos pelo que chegamos a buscar!
Sem encontrar...
Nos esquecemos no caminho.

Nos perdemos nos beijos comprados.
Nos amores rebaixados - desmerecimento indolor...
Desilusão que se ACHA, mas com certeza de ter!

Perde-se...

Perder para ganhar uma dor?
Perder para crucificar os espíritos da desilusão?
Me perder...

Já começo a me perder nas palavras!
Na poesia...
Nos versos e entonações anedotas... ( humor cômico ?)
De certo me esqueci nas dores do coração
No início da sinuosa...caminhada
Fustigante e inexpressiva...

[Solidão]

sexta-feira, 18 de junho de 2010

É mais uma de amor (my tops)


Me pego chorando...

As vezes amamos alguém, e esse alguém em dado momento sai da tua vida. Com isso o que era dupla cumplicidade passa a ser vidas unas. Você jurava que o amor que sentia já a muito não existe, mas você é pego de surpresa e todo aquele sentimento tido como morto parece ter ressurgido. Aí você se depara com o presente.... Onde está o passado?! Onde está aquela que deixei... A crueldade mais dura é perceber que as pessoas mudam, elas amadurecem e o teu passado agora já não existe. Os teus sonhos a dois já não passam de velhos scripts e que agora não são mais coerentes com o novo contexto.

Um dia deixamos quem amamos na ignorância de achar que estas pessoas estarão a nos esperar, mas isso não acontece, infelizmente nosso egoísmo não aceita o fato de que as pessoas têm suas vidas, suas motivações, suas aspirações, suas paixões e tantas e tantas coisas. Com isso aquilo que você deixou ou abandonou se torna outra coisa... Será que ainda é amor? Será que tudo pode ser como era antes? Infelizmente não - não que exista uma globalização no amor, mas a verdade é que nunca estamos preparados para o desconhecido. Quando você retorna da triste e solitária jornada percebe que a pessoa que fazia juras à você... Também seguiu um caminho, percebe que você não é o todo-poderoso e que por se achar assim, perecerá com a dor de ver o que era teu sonho se tornar pesadelo.

Será que era amor? Será que é amor? Sim agora são duas perguntas... Nós humanos tentamos descomplicar o complicado que muitas vezes é nosso. Se hoje a pessoa que um dia disse que te amava se encontra ao lado de outra pessoa, isso não quer dizer que ela nunca tenha te amado.

Hoje eu aprendi isso...

Se ela ou ele te ama?!

Sabe isso é algo para se deixar para trás... Pois amores são eternos, não podem morrer, mas como titãs são aprisionados para o nosso próprio bem - chamo isso de instinto de proteção. Então hoje eu vejo que ao reencontrarmos um amor, que antes nos paralisava, que outrora propiciava sonhos e confidências, isso não significa que ele possa ser revivido, pois milagres como ressuscitar que está morto são raros. Devemos entender que a vida segue seus próprios mistérios... Hoje entendo que na esquina de cada coração existe um segredo, um sonho, um medo... Existe em cada coração a cicatriz de um amor que lá passou e deixou pegadas.

Hoje reconheço que tive um grande amor e que deixei que esse grande amor de mim fosse usurpado... Eu o abandonei, fuga por amar demais - incoerente ou não aconteceu e agora estou colhendo tudo que plantei...

Quando amamos, deixamos um pedacinho do coração com esse alguém, pois ao nos entregarmos à alguem esse alguém nos toma algo, não apenas um beijo ou um simples fôlego, esse alguém deixa vestígios e digitais na nossa alma. Se você já teve várias namoradas ou vários namorados, sempre irá sentir ao vê-los com outra pessoa. Ao ver uns você sentirá algo forte, estes são os mais importantes da tua vida (esses chamamos de amores), outros não nos afetarão tanto (nossas paixões). O importante de tudo é entender que devemos cuidar de quem amamos. Hoje aprendi a lição e estou fazendo uma pós sozinho....hehe . Não quero errar mais onde antes errei, e também não quero despedaçar meu coração para tantas e tantas. Hoje eu quero me resguardar da dor e de mim mesmo, pois as vezes por acharmos que amamos nos tornamos feras e até mesmo somos feridos no campo de batalha do amor. Sendo assim hoje fico OFF LINE... Pois sei que assim poderei sentir as verdadeiras batidas de um coração apaixonado.

Hoje estou chorando, mas entendo que é hora de partir... O corpo está na minha frente, gélido e estático - é está morto... Agora o que contemplo é apenas um amor que não mais existe, uma pessoa a mais, que antes foi meu amor, mais que agora nada mais é que mais um alguém... A dor é grande, mas temos de abandonar os que morrem... Coloco meus óculos escuros, enxugo as lágrimas, mas no coração ficam as coisas boas... O caixão desce e é hora de enterrar os mortos, antes que os fantasmas destes façam de nossas vidas um tormento... Muitas vezes buscamos reviver um antigo amor, um amor de infância, uma amor dito certo e eterno, mas na verdade o que contemplamos são apenas aspirações do passado, ou seja, um corpo mortificado por um presente que não está ao teu alcance.

Saio do cemitério do coração e aprendo que é hora de ir embora, a dor um dia passa e quem sabe um novo amor apareça para um piquenique... A verdade é que amores não encontrarei enquanto lamentar meus mortos - se matei ou não tal amor?! Sabe as vezes é melhor arquivar isso... Hoje já tenho esperança de que sozinho posso aprender mais e mais, para que no próximo relacionamento eu posso permitir que uma vida à dois seja vívida...

Cálido ou casto


E então eis que surge a questão:

- Cálido ou Casto? Qual real natureza desse sentimento?

Olhos petrificados... Coração na mão! O que poderia Eu responder?
Fitei a boca trêmula de quem perguntava. Um inquisitora? Uma alma assustada?
Não se sabe... Como não cabe respoder a [natureza] do dito amor!

Se cálido ou casto...

Nunca saberei.
... O meio termo jamais encontrei!

Ficou no ar o peso trágico...
O sabor amargo!
Da resposta que jamais dei!


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Esquecido


Você precisa saber que fiz uma proposta indecorosa para a Lua.
Pedi que ela me sintonizasse no seu coração
Que encontrasse uma frequência só nossa.

Pedi para o Sol me aquecer em teus pensamentos
Que queimasse e causasse câncer de pele
Nas incertezas que estiradas se deitam em meu caminho

Pedi ao vento que ventilasse suas idéias
Que te refrescasse.
Que por alguns míseros segundos...
Fosse minha mão em teus cabelos.

Pedi ao tempo que ele fosse nosso amigo
Que ele abreviasse essa falta que sinto de você
Que ele ao menos, nos desse o final feliz
Que ocorre de tempos em tempos

Pedi ao desconhecido uma carta marcada
Para marcar uma opção certa
Nessas incertezas tão cotidianas
Pedi a resolução do insondável

E o mar?
Só tem o mar da distância....
Só ele Há.

Mandei e-mail para tudo e para todos...
Fiz memorandos, pleiteando uma resposta sobrenatural
Fiz cartas e as entreguei ao acaso

Fiz muito mais...

Eu tentei aprisionar o vento...
Mas ele fugiu de mim... Não pude tocar-te pelo breve segundo

A lua se apressou a dormir... E acordado fiquei sem sintonia alguma!

O sol nasceu ligeiro e nem aqueceu meu coração. Quanto menos o teu...

E o tempo, já havia me esquecido na pressa da Lua e na ligeireza do Sol...

Acabei por chorar e contribui com o mar - serenas lágrimas minhas.
Esse mar só me acrescenta o [ MARasmo] que se há.

Por fim...

O desconhecido permanece como tal
E dos e-mails nenhuma resposta obtive
Nem dos teus meu amor...

Permaneço assim...
Ignorado e abandonado

Esquecido...


Conferência do meu EU


Decidi que o amor é cíclico
E que o AMAR é muitas vezes quadrado
O verbo amar, não concorda com o sentimento AMOR
Sim! Não tem concordância emocional - não digo nominal!
Simplesmente digo... Uma concordância emocional


Se o amor é essencial passional
O amar nem sempre ultrapassa o trivial.
Sentidos figurados e diferentes.


Se amor reside na fantasia...
O amar por si só se entrega no ilusório
Hipóteses débeis, mas especulações que aqui cabem.


Amor é cíclico..
Amar é quadrado


Não sei mais ao certo..
Nas conferências do meu Eu
Teimo a trilhar
Por caminhos incertos




Águas de duplo sentido


Preciso de um pano!
Preciso urgentemente dar um fim a essa água que chega!
Sim, que impetuosa bate nos vidros!
Avança feroz - como que por um hábito existencial

Preciso de pano ou tecido
Afinal é necessário impedir que o que está fora entre.
Para que alagar minha vida? Me inundar para que?
Já se foi o tempo que podia tomar banho de chuva - cresci.

Preciso de algo que funcione como um dique.
Não preciso de planos engenhosos...
Apenas de um pano [plano] com simples propósito.

E a chuva me venceu
Sinceras águas essas...
Me rendo!

Não posso mais mentir - as águas já me lavam por inteiro
Preciso apenas de algo singelo e pequeno
Quem sabe um pequeno lenço companheiro?

Afinal as águas que tanto enfrento
Não vem de fora - vem de dentro!
São minhas tímidas lágrimas
Que teimam em molhar os meus óculos

[vidros, almas e constrangimento]

As janelas que expressam...
Meus reais e sinceros sentimentos.

Adocicado

Que gosto terá?
Que gosto tem os beijos de quem amo...
Beijo de coco, jabutica ou melado sergipano?

Seria sabor goiaba? Pelo jeito um sabor limão caiano.
Refrescante não tenho dúvidas...
Esse beijo de fruta, da pessoa que amo.

Teria polpa de fruta nesses lábios que ambiciono?
De certo tem tônus de fruta...
A boca manga doce, desse ser por quem chamo.

Que gosto tem afinal?
Será sabor de uva? Ou quem sabe um toque de pêssego doce...
Não sei ao certo, que gosto tem tal beijo... Mas com certeza é amável
Com um fino toque refinado!
Um doce e simples e desejado.
Beijo adocicado.

A [frutaboca] de quem amo...

Quebrou


Caiu e se espatifou...
Descuido de quem amou - perdeu por inteiro.
Esmigalhado ficou
Por pequenos pedaços demonstrou...
Que havia algo dentro
Em obra incerta se tornou
Uma escultura sem ter idéia
Um obsoleto pedaço de inerte
Matéria...
Se partiu e não em dois
Um mosaico de dores, e sentimentos de horror
São milhões de fragmentos sem pudor
Da famigerada, louca cena...
De mais um triste e fatídico
Caso, que acabou...

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Meu sax quebrou...




[Houston do you have problem]


E agora?
Quebrou meu sax!
Como tocar para espantar a dor?

Como faz falta as coisas que gostamos!
Terei de me habituar a falta do som (não tão bonito).
Paciência...

Corações quebrados - sax no mesmo ritmo!
Eita compilação assombrosa!

Vou solar sem meu amigo.

Códigos que não conheço




O pior...
O pior é que não respondes!
Antes gritasse, pois saberia que há sentimento...

O pior aconteceu?
Afinal você se esqueceu de dizer algo
Poderia afirmar que sou antiquado, mas...
Me ignorou e espero o recado

O pior! Eu presumo
Nem ao menos me enviou um e-mail "vagabundo"
Malicioso, indigesto e até com teor de calúnio...
Vou teorizar o [mudo infortúnio]

O pior...
Já nem sei o que dizer
faltam palavras... As mesmas que faltaram para mim
Escritos, hieróglifos, tanto faz, onde está a resposta?
Nas estrelas? Nos códigos que não aprendi na escola?
Caligrafia dos antigos Maias?

O pior que ainda espero
Espero com a chícara ao alcance dos dedos
A prova do desespero de esperar...

Pelo carteiro

Janelas e corações


Janelas velhas e abotoadas pelo tempo
Choram e rangem ao sinuoso vento
Esbravejam ao pestenejar do relento
Janelas... Móveis sem sentimentos

- As janelas devem ter sentimentos!
Afinal representam estar aberto ou não para algo...

Meu coração têm janelas?
Me disseram que o olhos de certo, eram as janelas da alma
E meu coração?
Janelas de um mostruário em dada exposição?

Hum...

Meu coração se fechou por um vento!

[apenas isso]

O resto é apenas confabular sobre madeiras e pedaços de pau.

Vou me deixando


Vou deixando sem querer...
Como matéria que luta pela inércia das coisas!
Vou deixando!

Deixando de mim mais um pouco
Deixando as migalhas para o desconhecido

Vou deixando ao menos sem perceber
Vou me tendo e querendo por deixar
largo de mão! Solto o tempo que se há
Os olhos ignoram o que se vê
Cúmplice do tedioso processo de esquecer
Esquecer o que não existe, mas poderia haver
Perpetuar o erro do descaso de se perder...

Vou deixando um de mim! Muito de nós
Os assuntos inacabados, pontos sem Nós
Retalhados pelo ventilador abandonado
Refugos de um caloroso amor repaginado
melodicamente escancarado - o prazer da voz

Vou me deixando, para ninguém de certo
Um corpo nú descoberto
Nem lençol de herança para esse ser malfazejo[ó]
Vou me deixando por hábito inoportuno
Sou um sagaz, velho gatuno!
Me perdi pelo caminho...
Nesse lânguido e desprovido...
Coração sem mero sentido

Uma dose de botox! Please


O mundo envelheceu! Hoje temos o maior número de idosos já registrados e no Brasil isso é notório. E com esse grande número de idosos surge também a emergência de "atrasar o tempo". Muitos quando já percebem os primeiros sinais correm para clínicas na tentativa de retardar o impossível.

Por que tanto medo de morrer? Seria talvez o medo excessivo de envelhecer? Sim, penso que o medo não seja apenas de morrer - o maior temor é ter a face envelhecida! Numa sociedade tão preconceituosa, envelhecer tornou-se a decadência, quando ao contrário significa a missão cumprida! Enquanto isso no consultório...



- Dr! Uma dose de botox! Please...

Como nossos pais - Belchior


Nessa música Belchior fala que:


Não quero lhe falar,
Meu grande amor,
Das coisas que aprendi
Nos discos...

Quero lhe contar como eu vivi
E tudo o que aconteceu comigo
Viver é melhor que sonhar
Eu sei que o amor

Percebo que nada mudou! Nada mudou... E quanto mais o tempo passa aprendo que as coisas continuam com são, as coisas e as pessoas... E como é verdadeiro o fato que: SOMOS COMO NOSSOS PAIS. Julgamos não querer copiá-los, mas isso sempre acontece. Complexo de Édipo? Um gene alocado em alguma gaveta do código genético ou um aprendizado? Não se sabe... Talvez um pouco de cada coisa e uma pitada de DESTINO!

O Belchior falou assim:


Minha dor é perceber
Que apesar de termos
Feito tudo, tudo,
Tudo o que fizemos
Nós ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Ainda somos
Os mesmos e vivemos
Como os nossos pais...

O amor que não é démodé


Sábado último foi dia dos namorados... Não quero fazer ilusão a mídia que há nesse fundo. Afinal os feriados e seus significados já se perderam, nessas avenidas esvoaçadas e cobertas de promoções.
Foi dia dos namorados, para muitos como Eu (solteiros), mais um dia comum, para outros um momento para celebrar o amor ou uma simples saída para um motel.
Aqui em Porto Alegre, teve show do Roberto Carlos. O cara é digno de ser chamado de rei, afinal se mantém por longo tempo e ainda arranca suspiros de muitos apaixonados. Fiquei pensando... Por que será que o Roberto Carlos não sai de moda? Por que ele não é esquecido?

O rock está sempre aí! Para lembrar uma rebeldia que ficou sem sentindo...
O samba, o pagode permanece graças a aditivada anual do carnaval.
A MPB, se aposentou e vive a mendigar nos barzinhos, não é a toa que é sinônimo de [música de bar]
O funk se mantém como uma histeria sem cérebro...
A jovem guarda envelheceu...
O sertanejo, já perdeu a identidade é ficou romântico
Novo Sertanejo? Uma identidade provisória?
Pop? Tudo que se perdeu, misturou ou se criou ao longo do tempo.

E o Roberto Carlos? Por que resisti? Ele não virou EMO... Não fez tatuagem! Penso que se manteve pela dosagem de aparições. Pela profundidade das letras e por demonstrar que o tema AMOR não fica "fora de moda".
Em tempos de internet e virtualismo, ainda buscamos o amor que nunca é DEMAIS... Um sentimento que por mais antigo que seja, nos mostra que não importa o tempo que passe. Sempre seremos corpos com alma... Invólucros com um recheio de enigmáticos pensamentos - eternos apaixonados.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Triplicamente qualificado


Já não posso mais negar: O TEMPO PASSOU e fiquei passado! O pior é que nem peguei muito sol, para não me arriscar tanto, mas... A há sempre a probabilidade de nem tudo sair como o esperado.

Hoje acordei com uma sensação horrível! Envelheci e nada fiz!

- Não ganhei o prêmio NOBEL da PAZ
- Não escrevi um livro
- Não casei ainda
- Não fiz um filho
- Não plantei uma árvore
- Não virei um virtuoso no SAX
- Não me apresentei no Jô (por não ter escrito o livro e por ser um péssimo saxofonista).

E segue uma lista infinita das coisas que não fiz...

E acrescentaria a essa lista o fato: Sou um tio TRIPLICAMENTE QUALIFICADO! Está chegando o terceiro! Será bem vindo, é lógico, mas mostra a redundância de um trilogia da qual não participo!Putz... Será o fim da minha tão "insignificante" história /estória? Acabarei como os dinossauros? Ou me perderei em uma ausência sem nome?

O relógio só me mostra o tempo que ainda resta: Tempo de ser mais do que aparento! Tempo de demonstrar o que realmente sinto

terça-feira, 8 de junho de 2010

No meu quarto verde...




No meu quarto verde
Me envenenei de tanta esperança.
Me engasguei com as semelhanças
Do real com o ilusório...
Do sugestivo ao compulsório.

No meu quarto verde
Fiz um fundo sugestivo
Um espaço indisponível
Realce sem simples brilho


No meu quarto verde...
Desejei ser grande
Um passageiro ou ruminante...
Que em campos verdes viaja


No meu quarto verde...
Encontrei a desconhecida face da lua
Quando a luz vai para clausura
Sou eu que me pego em triste
penúmbra...


Quanto tempo faz?


Quanto tempo faz?

Pergunta indecorasa

Ignomínia vertiginosa


Quanto tempo faz?

Não se pode ter resposta...

Um divagar em simples prosa

Se perder em uma só nota.


Quanto tempo faz?

Me responda sem demora!

Há de haver veracidade...

Nessa simples interpelação.


Quanto tempo faz?

Já nem me importa

Vou abrir e fechar a porta

Dessa minha fútil consternação

E se eu dissesse que te amo?


E se eu dissesse que te amo?

Isso mudaria alguma coisa?

Issso implicaria em apagar o passado e desenhor um futuro em comum?


E se eu dissesse que te amei?

Isso culminaria em desespero?

Isso determinaria um cativeiro de lamentações?


E se eu te dissesse que nem amei?

Sentiria raiva abafada por mim?

Desistiria de acreditar no amor por fim?


E se eu dissesse...

Dissesse que nada sei?

Se te amo ou te amei... Que na verdade espero.

Espero entender o que desprezo

Evocar o que por dentro enterro...

Bonsai


Hoje podei meu bonsai...

Talvez ele não entenda (é verdade ele não tem encéfalo ).

Mas se pudesse questionar, certamente me indagaria a respeito.

Afinal, ele estava todo verdinho, crescendo... Florido em pleno outono.


O que poderia dizer à ele?

Diria que ele foi marcado para não crescer? Que ele deve seguir uma tendência anti-natural?

Diria que eu sabia o melhor para ele? E que talvez esse melhor seria meu ponto de vista?

Ele é apenas um bonsai...

Um pequeno e indefeso bonsai. Que parcimoniosamente me fita de janela do quarto!

Ele jamais entenderia. Jamais entenderia que sua luta por crescer seria frustrada por minhas hábeis mãos e tesoura...


As vezes me sinto um bonsai...

Penso que da mesma forma Deus, me poda em tempos que não compreendo... Em momentos que não espero, mas ele entende pela sua lógica, que é melhor assim...

Somos todos bonsais na janela de um Ser MAIOR... Que nos poda nos momentos que crescemos pela nossa própria natureza. Nos corta e nos faz cair em momentos que antecedem o inverno...


Meu bonsai não entende...

Assim como eu as vezes.

Tesouro escondido


Colei papéis na parede...
Coloquei tudo de mim, para que eu mesmo pudesse ver
Desenhei para que fosse possível ler
Sim, projetei o que era permitido ter


Decorei a parede...
Marquei pontos de uma viagem
cartas para encontrar o tesouro
O tesouro que está em mim...


São cartas, linhas e pedidos...
Um muro de lamentações? Talvez...
Diários de bordo de uma viagem inevitável:
[A busca por mim mesmo]


Encontro ou desespero?
Não se sabe o paradeiro...
Como dizem, são luzes do luzeiro.
Uma luz no fim do túnel
Nesses meus semáfaros vermelhos do costume
Do triste hábito de esperar...
Por um vislumbre


sexta-feira, 4 de junho de 2010

EuDeMimMesmo

Sou o que sou...
Eu de Mim Próprio
Transgressor e juiz de muitos atos.

Levei um certo tempo (confesso) para descobrir que quanto mais ACHAVA acerca das coisas, menos sabia - errei muitas vezes e aprendi que isso me tornava mais humano. Sim, mais humano na medida que a carne doía e me fazia refletir.

Sou o filho de muitos sonhos e cobranças...
Sou a realidade de que as vezes temos "tantos pesos na costa".
A certeza de que as expectativas, as vezes machucam - castram!

Sou um "cara" comum, mas que ao mesmo tempo busca ser diferente (todos buscam isso). Busco meu lugar ao sol, o quem sabe meu lugar a lua - uivar pode virar moda (risos).

Sou um mosaico de tantas e tantas coisas...
A junção de matizes inexplicáveis e simples!
Sou alguém que acredita, nas coisas desacreditas.

Sou EuDeMimMesmo.
Um eterno aventureiro... Nessas esquinas da vida.
Nesses mundos de coração e despedidas.
Sou apenas mais um - tantas vidas.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Por que crescemos?


Por que crescemos?


Por que deixamos aquele mundo perfeito? Sim, o saudoso útero materno... Era tão bom, mas daí sofremos o primeiro despejo! Daí choramos... Reclamos, como se pudéssemos ser compreendidos. Como se fosse possível retornar. As primeiras portas fechadas - a primeira lição que as coisas jamais voltam. Antes pudessem voltar como, na fantasia que iríamos adquirir ao longo do desenvolvimento, mas era apenas fantasia. A primeira expressão de reparar o que jamais se conserta.


Por que crescemos?


Por que crescemos para logo diante do sufoco, buscarmos o conforto da infância? Quando queremos voltar e corrigir os erros que jamais esquecemos.


Nunca nos perdoamos... Perdoar-se a si mesmo é tão difícil. Primeiro porque o espelho nunca retruca e segundo porque acabamos por achar que não somos convicentes...


E assim a gente vai envelhecendo...


E continuamos na contra mão... Permanecemos a remar contra a maré, sabendo que isso é inevitável. Somos uma música que logo irá terminar... Como velas que queimam por certo tempo e então restará apenas a lembrança da singela fumaça que somos. Nada somos! Somos apenas uma alma aprisionada em corpos. Somos sonhos que nos impulsionam. Somos a frenética vontade de criar uma história legal, aquela com final feliz!


De fato...


Somos apenas um crescer sem querer.

Uma corrida indeterminada e contínua.

Política, desespero e reflexão




Estamos as portas de um novo cenário político... Eleição surgindo! Creio que já tenha postado algo a respeito de política, mas nunca é ruim discutir política...

A política tem sua enorme importância, mas não damos a devida consideração. Não; não... Enlouquecemos pelo time de futebol, madrugamos nas festas e no carnaval, a gente samba para esquecer as coisas do mundo (problemas), e por fim... Nos sentamos nos bancos, assentos e privadas de nosso cotidiano...
Qual meu prognóstico? O pior possível...


Vivemos ainda uma série de erros. Erros herdados algo longo de nossa dita democratização... O mundo ainda é mesmo e sempre há de ser, e por fim... Perdemos a identidade de nós mesmos e acabamos por negligenciar o nosso papel em todo esse emaranhado social.




Somos negligentes...


Somos amnésicos...


E ainda temos o orgulho dantesco do famoso: "jeitinho brasileiro".




Vida de gado?


Não, vida de acomodados... Vivemos e aprendemos a gostar do estado de conforto. Viramos acrobatas e assim, vamos dando um jeitinho ali e aqui, por fim... Vivemos de remendos. Refletir? Não obrigado, não tenho tempo - tem novela para assistir e quando chegar em casa, vou correr para minha cama quentinha e assim, ignoro mais um momento crucial de minha existência.




Até quando?




Onde cantam os pássaros


Hoje levei umas mil baforadas no rosto... Quanta fumaça!
Temo que meu pulmão enegreça de tal maneira que ganhe o prêmio :
FUMANTE "coadjuvante" do ano
(seria humor negro).
(...)

O céu está acizentado...
O ar está carregado...
E o barulho?



O barulho é enlouquecedor (é sério... Já até enloqueci).

Me vem a seguinte dúvida:

Onde cantam os pássaros de outrora? Será que ainda resistem nessa gaiola apocalíptica?
Não sei, pois já nem mais escuto o canto dos pássaros.

E assim vou ficando...



Vou ficando sem ficar...
Vou ficando querendo deixar!
Vou ficando sem mesmo estar.

Vou indo, mas já nem isso sinto
Um regresso? Um período?
Não sei, de fato nem ligo.

E assim vou ficando.
Essa coisa sem sentido
Esse compêndio indefenido...

Ah...

É um estar bem deprimido.