segunda-feira, 2 de novembro de 2015

A VIDA É RECOMEÇO


Os pés sempre chegam primeiro. Estudam a maciez da areia e sua receptibilidade... Os pés voltam a lembrar desses grãos iniciais. Esta em casa! Foi aqui que tudo começou - os olhos se deparam com o oceano e outra vez tudo volta em coloridas e fortes lembranças. Antes de ser oceano nada era... Não havia ondas quebrando e tampouco sonhos sentados à margem de tudo. No início as águas eram como filetes dóceis e despretensiosos, que seguiam regidos pela força gravitacional do instante! Água e areia era um misto de reciprocidade até então não compreendida. Da água tímida um vasto mar se abriu... Agora são as mãos que tomam remos possibilitando o navegar em busca de si mesmo.

A vida é um eterno recomeço... Por ela navegamos e somos levados até onde os braços podem guiar! Até onde os olhos almejam alcance, para que pernas concretizem o anseio de tocar a terra mais uma vez... Retomo meu caminho nestas águas iniciais, voltar as vezes é o início da jornada. O recomeço,.talvez seja o determinar de um novo ciclo dentro de um perpétuo infinito de existências. E cada ciclo consiste em possibilidades. Tudo é possível até mesmo quando parece inviável.

Deixo a água lamber meus pés, e dessa maciez da areia com a gélida natureza d´agua é que remonto a lógica que nem sempre fora clara: não há scripts! Não há ensaios e o que existe é a perplexidade... A espantosa exequibilidade de sermos tudo aquilo que almejamos ou retalho das escolhas que não tivemos coragem de tomar.  No fim, penso que há dentro da gente um mar interno - um mar da gente; e tal mar nos impele aos recomeços; porque na vida os pés, mesmo que cansados, sempre se aventuram em buscar pelo mar pela simples necessidade da maciez da outrora areia.

TEXTO: Rockson Costa Pessoa
IMAGEM: Blog a Menina que virou mulher

3 comentários:

Pipa. A Pipa dos Ventos disse...
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Pipa. A Pipa dos Ventos disse...

Segui as pegadas dos pássaros que serpenteavam pela arrebentação, recolhendo uma ou outra concha que o mar deixou. Dessa vez, minha praia de areias incertas não estava deserta. Os pinheiros balançavam ao vento quando pousaram nossos ombros todos os sonhos que um dia alçaram voo.

Volto para casa com a maresia fina de suas palavras, Rockson.

Rockson Pessoa disse...

Sempre feliz com as palavras. Obrigado Pipa!!