Já vendi sonhos em isopor
Já fiz pedidos à estrelas de liquidificador
Já chorei embaixo do chuveiroJ
á gritei no travesseiro
Já amei e dei conselho
Já busquei orvalho em flor
Já corri para não sentir medo
Já magoei e guardei segredo
Já escrevi com lápis de cor’
Já odiei e me dei amor
Já fantasiei amores de cor
Já baguncei para ser domador
Já escorreguei em papéis de colecionador
Já me peguei aos prantos de ator
Já abusei e calei a dor
Já cai de árvores que nem flor
Já ganhei pontos que nem nadador
Já brinquei e fui encanador
Já estudei e me tornei professor
Já aprendi que a vida é mero estupor
Já plantei sementes de sonhos
Já colhi arvóres de anos Já vendi frutas de planos
Já me vi em suor medonhoJ
á fui enganado, isso é muito estranho
Já subi na montanha atrás de anjos
Já comi nuvens aos prantos
Já me molhei na chuva cantando
Já fui criança dançando
Já me vejo no espelho dos anos
Já casei em pensamento
Já tive filhos, bem uns trezentos
Já fiz juras de amor ao relento
Já tive casa em mero planejamento
Já tive festa e falecimento
Já fiz um punhado de coisas... entendo
Já fui amor e desentendimento
Já fui história e poeira ao vento
Já fui felicidade, tristeza e sofrimento
Já nada mais sou que poesia e pé de vento
Rockson Costa Pessoa
Nenhum comentário:
Postar um comentário