quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A Face oculta da lua (My tops)


A verdade (profunda verdade) é que existe um momento em que buscamos ficar a sós com nós mesmos (risos). Há de vez em quando o forte desejo de se desligar... No fundo precisamos refletir sobre as “coisas” que vivemos. Nessa hora ou momento, queremos (e fazemos também) desligar o celular, deixar de olhar o orkut e até deixar um pouco de lado os colegas. Isso não é ser anti social, na verdade é respeito próprio (amor próprio quem sabe...).

Temos planos (perfeitos/imperfeitos) e quando menos esperamos, costumamos confabular com “nossos botões” coisas do tipo: Será que vale a pena prosseguir por esse caminho? Devo investir nessa pessoa? Esse sonho é mesmo o ideal? Alguns podem não concordar, mas muitos fazem uso dessa “ferramenta mental” que alguns chamam de abstração. Há que denomine isso de frescura e conhecemos também o famoso termo – meu tempo. No fim é tudo a mesma coisa.

Eu realmente acreditava que isso era um mero querer, como um item de luxo de carro importado, mas hoje percebo que na verdade necessitamos desse tempo. As vezes precisamos colocar a cabeça no lugar (metaforicamente). Não quero fazer apologia à solidão (solidão é algo bem diferente), só acredito e respeito que as vezes necessitamos “sair à francesa” para reaparecer em um outro momento do espetáculo. Como a fênix, só que com menos drama e efeitos especiais (risos).

Não há nada como Nós! Não existe nada tão complexo quanto o Ser Humano. Afinal há quem se esconda buscando ser encontrado, da mesma forma que existem pessoas que se mostram para jamais serem notadas.

A grande verdade da vida é que em cada um de nós existe a face oculta da lua. O lado desconhecido que buscamos ao longo do tempo desvendar (nem sempre conseguimos). Por isso... Respeito o tempo e a necessidade dos “ermitões de fim de semana”, afinal cabe a cada um, o seu tempo e momento, para conhecer-se a si mesmo. Para desbravar as profundezas do seu Eu e assim desvendar o oculto das coisas que lhe são impostas pela vida.

A face oculta da lua...


A face oculta da lua está a todo o momento ao alcance de nós mesmos... Na altura da necessidade de se conhecer um pouco mais e na localização desconhecida e inacessível de nossas imperfeições – tão pertinentes aos pobres e incautos homens que somos...



TEXTO: Rockson Costa Pessoa
IMAGEM: http://eternosaprendizes.com/

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Para falar de flores



Agora é primavera em Porto Alegre... Da minha janela vejo a vida que se renova. Nas praças as crianças colhem amoras e tudo é verde. Tudo é vida que chega em tons multicoloridos.

O interessante das plantas e flores é que elas não necessitam de um cuidado contínuo, pedem apenas água no nascer do dia e gotas no final da tarde... E de resto fica o mistério do florescer no ritmo ideal – no ciclo e tempo certo. E assim teremos amoras, quer dizer, as crianças terão amoras para colher do decorrer do tempo.

Ao contrário das flores, as crianças necessitam de muito mais, não basta apenas água em período disperso e nem tampouco amoras em determinadas estações. Há muito mais em jogo, mas será que todos sabem disso? Talvez não...  Por Deus! As crianças estão “largadas” em praças e não apenas para comer amoras!  Nas ruas, em casa em todo lugar vejo crianças que crescem em total abandono e descaso. O que pensamos? Será que ingenuamente achamos que a chuva irá propiciar sonhos e bosques imaginários a elas? Talvez culpemos o Estado e assim poderemos ensaiar o discurso “ Eu amava tanto meu filho que...”. Nada além de falácia!

Às vezes busco encontrar bons pais e mães e confesso que está cada vez mais difícil. Ainda encontramos mulheres que engravidam para “segurar marido” e homens que pensam que filhos são plantas, afinal não conversam, não dão atenção, educar é luxo e amor ficou no passado. É triste ver mulheres que abrem a boca para dizer “Sou Mãe!” Mas que na prática tratam filhos como arranjos artificiais, algo que é bonito de se ver, mas que não carece de cuidado algum. Já os homens com seus bonsais de estimação... Mas os filhos crescem... Ah se soubessem desse detalhe.

Quem os obrigou a tê-los? A única coisa que nasce sem nosso querer é o mato que teima em invadir a horta dos sonhos! Mas se eu desejar ter Tulipas no beiral, terei de comprar sementes ou adquirir uma muda – existe investimento. Como aceitar que ainda hoje se possa conceber crianças por “erro de percurso”? Há algo errado... Em algum lugar existe resposta para tal questionamento? Será culpa da primavera? Teria a água sua parcela de responsabilidade ou são as árvores que agem como afrodisíaco? Pouco importa... A verdade é que crianças não são vegetais e um dia os pais que hoje as negligenciam perceberão isso.

Agora é primavera em Porto Alegre... Da minha janela não posso ver muita coisa, mas escutar isso é possível e os tiros pude ouvir. E na praça onde as crianças comem as amoras um corpo jazia no chão. E assim um Sr de um nome que não sei, chorava pelo filho que ali morto estava, um pré-adolescente viciado em crack.. E na véspera do dia das crianças foi o que vi... Se ele foi um bom pai? Isso jamais saberei... Há coisas que permanecem como mistério. Tal como as amoras que crescem na Primavera, tal como o amor que nutre pais e filhos.



TEXTO: Rockson Costa Pessoa
IMAGEM: http://picasaweb.google.com/lh/photo/9K-9LArHgQxb3KRrXaowVA

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Porque Palhaços também choram!




E quem diria... Os palhaços também choram, por debaixo da maquiagem há o que não se pode esconder e nem tampouco disfarçar. E assim nesses últimos dias aprendi a lição mais valiosa... Por detrás da máscara há o que se quer revelar! Como os palhaços que esquecidos ficam a lamentar... Sua história, papel e lugar.


No último domingo vivenciamos um dia eleição. Nessa mobilização nacional muita coisa pôde ser vista e avaliada. Agora caminhamos para um segundo turno para presidente e podemos ainda eleger a primeira mulher para o cargo mais importante do Brasil (isso não é campanha Pró Dilma é apenas observação neutra). Há muita carta na manga e ainda está em nossas mãos a definição política do nosso país.

Ruas sujas e um sentimento político enfraquecido foi o que se observou nesses últimos dias. Os olhos cansaram por tanta informação desnecessária e promessas flutuantes e vazias. Diria que foi um humor negro e nesses minutos de fama, ouvimos descrentes tantas promessas mentirosas e que traduziam apenas a leviandade para com a população.


E nesse cenário caótico me deparo com a eleição do Tiririca. Seria isso uma piada sem graça ou  desespero de um povo que acaba rindo para não chorar? Nessas ironias da vida o Tiririca se tornou o deputado federal mais votado no Brasil. Não bastasse o humor na política ganhamos também esportistas duvidosos, como o Romário e me questiono qual é a tática? Ele vai atacar ou ficar na banheira de Brasília como sempre fez nos tempos de futebol? Só o tempo dirá...


E no país onde “heróis duvidosos” são aclamados  e acabam por se tornar representantes legais, não se pode aceitar que a brincadeira de o tom da situação vivida. Temos de avaliar mais o nosso papel e que questionar que contribuições demos e temos dado para esse panorama político. É triste perceber que no Supremo Tribunal não haja consenso quanto a “ficha limpa”, mas em contrapartida o mesmo tribunal libera a obrigatoriedade do título eleitoral, algo que não se explica – cabe ao eleitor compreender a moral da piada,  pois justificar o humor não é humor é drama. E com essas paródias inusitadas questiona-se até onde vai a impunibilidade? Até quando rirão de nós? Até quando nos farão de tolos? Penso que por muito tempo... Pois há ainda um grande número de analfabetos, semianalfabetos e analfabetos funcionais, que servem como trampolim improvisado para lançar  malabaristas públicos que teimam sempre na improvisação da mágica mais voraz –  fazer desaparecer recursos financeiros públicos.

Por fim ainda negligenciamos a educação no Brasil. Em nenhum  momento se afirmou os 10% da educação. E nesse mundo de surpresas a maior revelação: o sério que virou palhaço, e assim o tal Plínio tinha razão... Não que tivesse as melhores idéias ou perspectivas de uma eleição, mas de maneira simples e direta, apontou na ferida do Brasil – educação. E nem Dilma e tampouco Serra assumiram o problema e agora o que fazer? Penso que agora é observar a continuação do espetáculo, o que é difícil, pois enquanto os palhaços continuarem chorando, não terá graça as piadas da vida política no Brasil.


E quem são os palhaços que choram?

Os palhaços que choram são os que cumprem o papel de bode social. Aqueles que marginalizados alimentam votos de aproveitadores, aqueles que são obrigados a servir em busca de bolsas discutíveis e que às vezes nem se percebem como sujeitos. São os alienados, ridicularizados – os que não tem voz. Esses são os palhaços que choram... E enquanto não educarmos o povo de maneira justa e eficaz, estes continuarão coadjuvantes da vida.


Texto: Rockson Costa Pessoa
Imagem: http://osfragmentosecomplementos.blogspot.com/