quarta-feira, 13 de abril de 2011

Tragédia de Realengo – O que se pode dizer?



Semana passada ficamos chocados! Toda a sociedade brasileira se chocou. Um louco (clinicamente falando) invadiu uma escola e fuzilou crianças inocentes. O que se pode dizer? Sinceramente não sei nem o que pensar.
A verdade é que as escolas se tornaram um lugar hostil e perplexo acompanhei ao longo dos últimos anos muita violência nessas nossas instituições tupiniquins. Crianças brigando e postando vídeos na internet, alunos espancando professores, drogas fluindo pelos corredores. Isso já havia nos chocado e tenho reconhecer que já havia nos banalizado.
A tragédia de realengo surge como um novo marco, ela nos mostra que não há limites para uma mente pertubada ainda mais quando encontramos escolas sem segurança e de certo modo ‘abandonadas’. É claro que não foi culpa da escola no caso de realengo. O assassino poderia matar onde quisesse – infelizmente no seu delírio religioso, os alvos foram as inocentes crianças que não tinham culpa de nada.
Essa tragédia causou uma ferida em nossos corações. Hoje o medo assume novas formas e possibilidades, nossos temores mais profundos de fato existem.
Os pais enlutados jamais entenderão a tempestade que passou em suas vidas. Levarão um bom tempo para aceitar que no lugar improvável, cenas de um filme de terror ocorrerão. As crianças que sobreviveram carregarão a marca da lembrança. A dor de não terem salvo seus amigos e amigas e mais, terão sempre um ambivalência de emoções, quando uma parte será sempre grata pela nova chance de vida e outra parte, as confrotará com a pergunta: Por que eu sobrevive e não o fulano ou a fulana.
A polícia, tantas e tantas vezes desacreditada, mostrou que há excessões e que a grande maioria de seus homens ainda são dignos de confiança. Hoje temos um herói, um herói que pouco se alegra com esse reconhecimento, pois na cabeça do agora sargente Márcio Alexandre existirá sempre a cobrança do tempo: E se eu tivesse entrado 5 minutos antes? Para ele pesa a dor de não ter salvo mais crianças. Levará certo tempo para ele entender que as tragédias psiquiátricas são assim mesmo – não há como prevê-las. Pois a maldade nem sempre pode ser vista nos olhos.
Não bastasse essa trágedia e a comoção nacional – já surge a idéia de novo plebiscito referente ao desarmamento. Politicagem e tragédia sempre uma boa relação e agora voltaremos as urnas mais uma vez, mas isso resolve? Não resolve! Na tragédia de Realengo observamos isso, o assassino Wellington Menezes, comprou as armas no mercado negro. Então essa história de usar sofrimento alheio para emplacar ditames pseudo-constitucionais, isso me enoja.
Devemos acordar! É isso mesmo. Ais pais eu digo: Cuidem de seus filhos. Conversem com seus filhos. Quantos e quantos casos de estupros no caminho da escola? Quantos e quantos casos de adolescentes que foram estupradas e mortas voltando da escola. Nessa hora não adianta culpar  o estado e sair por vítima. O Estado tem obrigação de dar segurança para nós, mas terei de entregar meus filhos como mártires? Penso que não. Enquanto o mundo for mundo e as pessoas serem as mesmas pessoas de sempre, terei de entender que a oportunidade fará o ladrão, o estuprador, o pedófilo, o assassino e segue a horrenda lista.
O problema é a banalidade. A vida se tornou assunto e manchete de jornal. Hoje um corpo na rua é motivo de fofocas ligeiras e nada mais. Até que um dia o tal corpo é de um de nossos familiares. Esquecemos da realidade da morte, mas independente se esquecemos ou não da concretude da mesma, ela existe – por isso a regra é simples: Cuide dos seus! Não que isso irá resolver tudo, pois realengo é um exemplo que por mais que cuidemos dos nossos filhos, sobrinhos... Sempre haverá oportunidades para as tragédias, mas por mais que exista esse 1% de tragédia, devemos seguir e tomarmos a postura de responsáveis por nós e pelos nossos familiares.
Tragédia de Realengo... Só o tempo apagará as marcas daquela fatídica manhã. Que as famílias enlutadas possam superar a dor e a ausência dos que foram covardemente ceifados.


7 comentários:

Luna Sanchez disse...

Penso que não exista dor maior do que essa que parece inverter a ordem do que chamamos de "natural".

Triste demais, fiquei arrasada.

Um beijo, moço.

Rockson Pessoa disse...

Triste mesmo Tartaruguinha...
Bjooo

Kellen disse...

Estava com saudades de vc.
Que bom que voltou! Pena que voltou diante de um tema tão triste.
Belíssimo texto!Não sei nem o que dizer...
bj grande

Rockson Pessoa disse...

Triste demais Kellen!!
P.S: Bom reencontrar a amiga também!
Bjooo

Eraldo Paulino disse...

O que me revolta mesmo é toda a propaganda que estão fazendo para o louco. É como se a mídia quisesse fabricar mais desses pra ganhar mais notícias dessas.

Absurdo.

Abraços, meu caro!

Forum Celular espiao disse...

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Rockson Pessoa disse...

Oi Eraldo!!

É verdade... Temos fabricado "loucos pré moldados". Até onde isso irá dar? Não sabemos

Abraçooo