segunda-feira, 17 de junho de 2013

Fogo Fátuo?


E nos últimos 02 meses temos visto o modismo de atear fogo em pessoas, a prática criminosa que se iniciou contra dois profissionais odontólogos, infelizmente levando ao óbito dos mesmos, já começa a se espalhar sem distinção de ramo de atuação, pois a terceira vítima (esperamos que seja a última) é um profissional da área financeira, tudo isso acontecendo em regiões de São Paulo, mas vale lembrar que o fogo tende a se espalhar rapidamente.

Certo alguém já havia dito que as coisas tendem a se repetir... E o episódio de atear fogo com o intuito de usurpar algo de outrem já é antigo! Uma das histórias mais significativas dão conta da lenda de Anhanguera - "diabo velho", apelido dado pelo indígenas da região do rio Araguaia para Bartolomeu Bueno da Silva. No referido episódio, ele ameaçou os indígenas dessa região, afirmando que atearia fogo em seu rio, caso não revelassem o logo onde havia ouro que eles utilizavam, os nativos não acreditaram, então Bartolomeu pegou um recipiente e colocou água ardente, ateando fogo para o espanto e admiração dos nativos que logo informaram o local onde havia ouro.

Seja na época das cruzadas ou na atualidade, o uso da violência para roubar o que não lhe pertence é algo marcante... Ironicamente o "diabo velho" havia saído de São Paulo para conquistar os demais povos do território brasileiro, na triste e sangrenta época das bandeiras, hoje é a mesma São Paulo que sofre com a assustadora metodologia de furtar as pessoas com o emprego de piromania, valendo destacar ainda o episódio dos corintianos e o sinalizador na Bolívia, a coisa esquenta mesmo quando o assunto é Brasil.

Enquanto isso, o que se pode fazer? A questão circula naquilo que denominamos de fogo fátuo, ou seja, uma inflamação espontânea que quando aplicada ao contexto social expressa que a impunidade gera consequências desastrosas e trágicas como esta... E longe de nós utilizarmos desculpas folclóricas para explicar tal fenômeno, os brasileiros precisam mais do que contos pueris e propagandas eleitoreiras que buscam afirmar que a segurança está bem melhor!

E se falamos de fogo, lembramos que o oxigênio só o alimenta e no país onde o sensacionalismo é a alma do negócio, vemos as notícias ventilarem mais e mais esse comportamento e se atitudes duras não forem tomadas viveremos novas ondas de calor no Brasil e isso vai além de ônibus sendo queimadas, como vimos em Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, mas sim a queima de pessoas que são apenas vítimas de uma inércia social!

2 comentários:

Anônimo disse...

Temos uma sociedade que não pensa ou melhor deixa que outros pensem por ela.Onde o certo e o errado é relativo: De repente na visão de um demente social seja certo atear fogo em outra pessoa ,já que no imaginário geral tudo é relativo.
Não podemos aceitar a impunidade e o vandalismo não é normal matar e depredar!
Parabéns pelo texto!!!

Eraldo Paulino disse...

Numa sociedade dos invisíveis, até fogo a gente ata em quem aparentemente tem o valor menor da vida. Semelhante à sua interessante reflexão sobre esses casos podemos também pensar a respeito do genocídio de jovens negros nas periferias. Gente que infelizmente só tem chance de aparecer depois de morta.

Abraços!