quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O Pequeno Príncipe e a Raposa by Antoine de Saint-Exupéry

E foi então que apareceu a raposa.
__ Bom dia - disse a raposa.
__ Bom dia - respondeu educadamente o pequeno príncipe, que , olhando a sua volta, nada viu.
__ Eu estou aqui - disse a voz, debaixo da macieira...
__ Quem és tu? - perguntou o principezinho. __ Tu es bem bonita...
__ Sou uma raposa - disse a raposa.
__ Vem brincar comigo - propôs ele. __ Estou tão triste...
__ Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. __ Não me cativaram ainda.
__ Ah! desculpa - disse o principezinho.
Mas após refletir, acrescentou:
__ O que quer dizer "cativar"?
__ Tu não és daqui - disse a raposa. __ Que procuras?
__ Procuro homens - disse o pequeno príncipe. __ Que quer dizer "cativar"?
__ Os homens - disse a raposa - têm fuzis e caçam. É assustador! Criam galinhas também. É a única coisa que fazem de interessante. Tu procuras galinhas?
__ Não - disse o príncipe. __ Eu procuro amigos. __ Que quer dizer "cativar"?
__ É algo quase sempre esquecido - disse a raposa. __ Significa "criar laços"...
__ Criar laços?
__ Exatamente - disse a raposa. __ Tu não és nada para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E Não tenho necessidade de ti. E tu também não tem necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. Eu serei para ti única no mundo...
__ Começo a compreender - disse o pequeno príncipe. __ Existe uma flôr... eu creio que ela me cativou...
__ É possível - disse a raposa. __ Vê-se tanta coisa na Terra...
__ Oh! não foi na Terra - disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
__ Num outro planeta?
__ Sim.
__ Há caçadores nesse outro planeta?
__ Não.
__ Que bom! E galinhas?
__ Também não
__ Nada é perfeito - suspirou a raposa.
Mas a raposa retornou a seu raciocínio.
__ Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens também. E isso me incomoda um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... A raposa calou-se e observou por muito tempo o príncipe:
__ Por favor... cativa-me! -disse ela.
__ Eu até gostaria -disse o principezinho -, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
__ A gente só conhece bem as coisas que cativou -disse a raposa. __ Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo já pronto nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
__ O que é preciso fazer? -perguntou o pequeno príncipe.
__ É preciso ser paciente -respondeu a raposa. __ Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. E te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás um pouco mais perto...
No dia seguinte o príncipe voltou.
__ Teria sido melhor se voltasses à mesma hora -disse a raposa. __ Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz! Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.
__ Que é um "ritual"? -perguntou o principezinho.
__ É uma coisa muito esquecida também -disse a raposa. __ É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, adoram um ritual. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira é então o dia maravilhoso! Vou passear até à vinha. Se os caçadores dançassem em qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu nunca teria férias!

Assim o pequeno príncipe cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
__ Ah! Eu vou chorar.
__ A culpa é tua -disse o principezinho. __ Eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
__ Quis -disse a raposa.
__ Mas tu vais chorar! -disse ele.
__ Vou - disse a raposa.
__ Então não terás ganho nada!
__ Terei, sim - disse a raposa __ por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
__ Vai rever as rosas. Assim, compreenderá que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te presentearei com um segredo.

O pequeno príncipe foi rever as rosas:
__ Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativaste ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu a tornei minha amiga. Agora ela é única no mundo.
E as rosas ficaram desapontadas.
__ Sóis belas, mas vazias -continuou ele. __Não se pode morrer por vós. Um passante qualquer sem dúvida pensaria que a minha rosa se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mas importante que todas vós, pois foi ela quem eu reguei. Foi ela quem pus sob a redoma. Foi ela quem abriguei com o pára-vento. Foi nela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi ela quem eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. Já que ela é a minha rosa.

E voltou, então, à raposa:
__ Adeus... -disse ele.
__ Adeus -disse a raposa. __ Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos.
__ O essencial é invisível aos olhos -repetiu o principezinho, para não esquecer.
__ Foi o tempo que perdeste com tua rosa que a fez tão importante.
__ Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... -repetiu ele, para não esquecer.
__ Os homens esqueceram essa verdade -disse ainda a raposa. __ Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela tua rosa...
__ Eu sou responsável pela minha rosa... -repetiu o principezinho, para não esquecer.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

O amor e o céu nublado...

Hoje acordei com o céu enegrecido... Parecia minh'alma e coração! Nublados pela falta de alguém... Pela ausência do amor que longe ficou
O amor é algo que ocupa o imaginário de tudo e todos... São palavras, gestos, signos, símbolos... É pano de fundo para todas as experiências humanas... Como o céu que figura sempre desde o início de tudo.
Hoje acordei com esse céu... Anunciando que logo, a chuva iria cair e lavar toda a bela cidade... Será que meu coração também anuncia chuva? Ou só mostra que é tempo fechado para mim? Será que lágrimas irão rolar para aliviar minha dor e solidão?
Agora fecho a janela do quarto, afinal a chuva pode molhar a cama, a escrivaninha... Tenho de previnir de preocupações... É a grande questão é saber a hora de fechar a porta da alma e viver a vida, esperando que a chuva passe e que o dia seja belo com um lindo céu...
Por isso fecho tudo e aguardo essa chuva triste e intensa que se abate contra mim...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Há algo no fim da estrada

Eu queria ter feito tantas coisas e não ter feito outras mais...
Se existe um fim, espero que nele haja também recomeço e que as dores de hoje, possam ser tratadas como um aprendizado e uma recompensa futura...
Não sou um monstro, mas também não sou o mocinho que jurava ser por tanto e tanto tempo. A vida passa, mas algumas coisas ficam, ahh... e como ficam, parecem aquele fiozinho que teima em ficar na roupa ou a poeira que só releva ao clarear do ambiente.
Queria poder dizer tanta coisa, mas as palavras não surgem e agora me vejo assim, preocupado e pensativo...
Existem demônios da alma, que nos espreitam a todo momento, querendo nos testar e devorar-nos sem piedade... Eu sei que eles estão aqui, esperando como serpentes que no maior descuido atacam a presa....
A vida é tão fácil, mas sempre teimamos em complicar, um pouco aqui.... Um pouco ali. Coisas da vida, já dizia um certo alguém...
Não sei até onde a estrada me leva, mas tenho de seguir... Se chegarei lá?! Não sei, pois me vejo mais e mais cercado... Como quem já vai está escolhido para ser atacado em dada esquina...
Sigo nessa estrada e que possa atravessar as trevas desse vale que me assusta...
Deve haver uma razão para tudo que acontece... Para as dores da alma, para os pecados que não esquecemos e para tudo que deixamos como prova do crime...
Não te peço compaixão, sei o que fiz e por isso estou sozinho nessa jornada... No mais é seguir andando e andando e torcer que os abutres não me sintam o odor da minha alma...
Deus... Que o Senhor em Sua imensa Compaixão me ajude nessa triste jornada e que meus pés não vacilem mais, pois tenho esse hábito...triste hábito por sinal
Preciso de um tempo... Que me será concedido na caminhada... Quanto tempo mais? Quanto tempo mais? Será que já estou condenado e brinco como rato em pata de gato? Ou há um recomeço no fim dessa dolorosa jornada...
Que o vale não me devore e que a minha voz ainda possa ressoar pelo mundo afora...

Amém

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

A LUA SEMPRE VEM DEPOIS DO SOL !

Se me perguntassem o que aprendi depois desses anos de dedicação e estudo... Responderia a seguinte coisa: A lua sempre vem depois do Sol.
Hoje... colegas, amigos, professores, pais e familiares se reunem aqui neste local para celebrarem a colação de uma turma de psicólogos, excelentes por sinal. E queria eu, poder ver as feições assustadas de todos vocês ao ouvirem tão comum resposta de um recém-formado psicólogo... Mas é a verdade, a mais pura verdade! A lua sempre vem depois do sol...
Então vocês devem estar se questionando o que isso tem haver com uma formação profissional, afinal, falamos de um investimento de 05 anos e se esse que vos fala, só tem essa resposta? logo se pode imaginar que muito não se aprendeu... Lei do engano, na verdade tal afirmação significa um aprendizado verdadeiro e convicto.
Há aqui neste lugar, alguém que pode afirmar que essa idéia acerca dos astros é errônea? Creio que não! Porque isso é algo que aprendemos em qualquer lugar... A lua sempre vem depois do Sol - é fato.
Meus colegas de turma, excelentes amigos e para mim formidáveis psicólogos. A jornada foi longa não acham?! Foi uma grande aventura essa formação. Anos de investimento, em estudo, trabalhos e leitura. Minhas apostilas estão lá... guardadas para mostrarem que não minto. E quero aproveitar a oportunidade para dizer que me sinto agraciado de ter participado desse percurso com todos vocês, muito obrigado.
Não me recordo o número exato dos que iniciaram essa caminhada, da mesma forma que não sei ao certo, quantos ficaram pelo caminho... Uns ficaram ao amanhecer do dia, la pelas 06 horas da manhã, pessoas que não me recordo com clareza, afinal ainda amanhecia, como clarear ainda tão cedo. O sol ainda estava por nascer...
A natureza humana é algo magnífico, afinal tendemos sempre a agruparmos. E nossa turma não fugiu a essa regra universal e assim, existiram grupos, subgrupos, trios, e pessoas que teimavam em transitar de maneira livre por esses “mundos”. Ainda hoje grupos permanecem juntos e unidos, isso me faz lembrar alegria e potencialidade. Como o sol que aparece triunfante ao meio-dia, enquanto almoçamos com amigos e falamos amenidades sobre a vida... Entendo que depois de almoçarmos ficamos cansados, é algo endócrino aprendi em certo aula, com essa mesma turma. Será que por isso a nossa turma vivenciou tantos períodos de “deserto”.? É... salas desertas, pessoas cansadas, a vida foi complicada para todos nós, mas seguimos... sempre debaixo desse sol escaldante, e mais alguns ficaram pelo caminho, agora por volta do meio-dia...Mas por favor amigos, não mudem seus hábitos, só por causa deste que vos fala... E a nossa turma teve de seguir e hoje estamos aqui. Espero que nínguem esteja suado e com areia nos pés...É a colação de vocês!
Desde que nos entendemos por gente e passamos e pensar ( geralmente depois de levar-mos aquelas boas palmadas dos pais, lógico que merecíamos), começamos a confabular e a partir dessas confabulações aprendemos que a única certeza que temos na vida é que morreremos. Desculpe mas é a mais dura verdade... Se não sabia, já pode providenciar a apólice de seguros. Mas não vim falar de seguros e sim, que a lua sempre vem depois do Sol... E assim, no entardecer da nossa vida acadêmica, nos deparamos com os temores próprios dos acadêmicos, afinal logo seríamos: o doutor da família, o orgulho do pai e da mãe, a salvação das nossas famílias problemáticas (todas são) e uma gama de títulos que claro, nos assustam... Pois bem, nós tememos isso é humano... O novo assusta e mobiliza, mas tivemos de prosseguir... Foi uma época difícil, iniciamos os primeiros estágios e começamos a trocar de pele, como cobras (desculpe a comparação) e assim passamos a fazer uso dessa nova pele - sentir-se Psicólogo e psicóloga, amigos presentes, vocês não sabem o quanto é doloroso, acho que as cobras também sofrem, mas isso não vem ao caso.
Tenho certeza que na sexta-feira, lá pelo finalzinho da tarde o sorriso brota como que por mágica nas faces de todos aqui presentes, não posso apostar, afinal estamos vivendo a crise mundial – tenho de guardar dinheiro, mas tenho quase certeza que todos nos alegramos na sexta-feira pela tardinha... Cada qual com seu programa! Lógico, afinal cada louco com sua mania... Mas da mesma forma que nos animamos pela tardinha, nós formandos também nos alegramos , ainda mais os que apresentaram de maneira tranquila o TCC, (se você é maior de 45 anos, TCC é a antiga Monografia) e assim foi possível respirar... E como foi bom esse respirar tranquilo.
Hoje já é noite em nossas vidas, estamos mais calmos, o sono ‘e mais tranquilo, os cabelos pararam de cair... Eu ainda roou as unhas, mas não vamos chegar no mérito da quesão, pois tem gente que ainda engorda... Mas deixemos isso de lado, hoje todo mundo esquece dieta mesmo. Mas como eu ia dizendo...chegamos! Poucos, mas chegamos e com essa chegada, ganhamos de presente certas coisas , além da beleza da lua e logico.Certas coisas, tais como: sabedoria, maturidade, responsabilidade, credibilidade, senso de dever cumprido, um diploma, um título e acima de tudo a certeza de nosso papel na sociedade.
Se me perguntassem o que aprendi depois desses anos de dedicação e estudo? Responderia mais uma vez que: a lua sempre vem depois do sol! Mas se engana quem pensa que essa frase é tao banal quanto o repetir da mesma.
Meus amigos homenageados, pais, familiares, professores, criancas... Peco a atencao de todos voces ( mesmo tendo certeza de que as criancas estao mais preocupadas com as guloseimas do que com o que eu tenho para dizer...) mas peco a atencao de todos os presentes, para explicar a minha simples e tao desconexa explicacao. A lua sempre vem depois do sol... significa na verdade, que nada que acontece hoje é novidade... Tudo que vivemos agora já aconteceu em dada época e lugar... Outras colações como essa aconteceram e irão acontecer. A vida é um ciclo pérpetuo de coisas. Novas hoje e velhas amanhã... E como formando, entendo que o maior aprendizado é termos consciência que não importa apenas o canudo que iremos receber, nem tampouco os cargos que assumiremos. O importante é compreender que estamos em constante mudança, hoje podemos ser o sol e amanhã a lua... A verdade, bem a verdade é que todos nos, sim formandos, e todos os demais... Precisamos sempre nos aprimorarmos, nos qualificarmos e assim fazer com que essa construção de Si MESMO, seja uma constante em nossas vidas – A vida é isso um comecar para terminar , para que no dia seguinte possamos observar mudancas, é... por que não dizer APRENDIZAGEM?
Caros colegas, hoje voces são psicologos e serao responsaveis por muitas vidas, como já dizia, o profeta Homem Aranha: Grandes poderes trazem grandes responsabilidades, sendo assim, espero que todos nós possamos fazer uso de nossos conhecimentos, a fim de levarmos conforto para mentes, almas e vidas...

Como já fôra dito...hoje estamos aqui para nos alegrarmos, afinal falamos de uma etapa que foi vencida, e por isso celebramos a vitória desse grupo de alunos, que hoje, junto com os seus, tem a honra e o prazer de serem agraciados com o título de psicólogos e psicólogas. Estou presente com todos voces em espírito... Bem, peço calma aos amigos presentes, não se assustem não sou um entidade e não busco uma alma para apossar-me, mas quando afirmo que estou em espírito, o faço para dizer que apesar da distância me alegro com todos vocês presentes...
Por fim, peço uma salva de palmas a esses heróis que iniciam sua jornada... Como o sol... que vem antes da lua...

Rockson Costa Pessoa

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Minha História é minha VIDA

...Já corri em maratonas quando pequeno.
Já brinquei de pic-esconde e essas lembranças da infância guardo comigo
Já chorei em silêncio para esquecer alguém.
Já fiz juras de amor eterno, mas tais amores morreram e tive de aprender enterrar sentimentos
Eu já caçei alienigenas, já fiz descobertas dignas de nobel e já coloquei formigas em potes de doce.
Já roubei corações e já perdi outros.
Já briguei mesmo estando errado e ainda continuo tentando corrigir erros.
Já nadei em psicina de noite buscando ver peixinhos que povoavam meu imaginário.
Já escalei montanhas em sonhos, já velejei o mundo em pensamentos e ando em busca de felicidade.
Já subi em árvores e também cai. Comi frutos do chão e não morri. Fui criança e feliz.
Já tive medo de reprovar, já senti falta de alguém e aprendi que a gente sempre tem alguém para chamar de amor.
Escovei os dentes com sono. Comi doces que nem sonâmbulo e acabei apanhendo e aí só se ouvia prantos.
Já dormi em cima de livros, porque querer aprender em um dia o que não me fiz entender em um mês.
Já tive meu sobrinho aos prantos nos braços de madrugada sem saber o que fazerJá fiz cafuné na minha irmã porque ela sempre gostou de carinho
Já pesquei peixes que sempre temiam em crescer nas histórias.
Já corri no sítio descalço só para sentir a natureza de maneira plena
Já viajei para tirar fotos e guardei lembranças de muitos lugares. Já errei por muito amar e fiquei sozinho por não compreender o amorJá fui mocinho e bandido e hoje vivo revezando os papéis.
Já fui bebezinho, adolescente e agora teimam em me chamar de jovem... Não sabem que permaneço o mesmo de anos atrás, mas o segredo do disfarce é o sigilo..hehe.
Já meti o dedo em bolo de chocolate, já comi mesmo sem vontade e já me senti muito mal por comer além da conta.
Já levei não sei quantos pontos e aprendi que sempre que me cortava eu tinha um certo conforto em casa.
Aprendi que os amigos da infância são inesquecíveis e que a gente sente falta da liberdade de outrora.
Já roubei beijos e já me roubaram também.
Já escrevi não sei quantas cartas e recebi outras muito boas.
Já tive um fusquinha e ele me rendeu além de problemas, muitas histórias para contar
Eu já acampei de noite sentindo falta de uma pessoa, mas ela nunca soube.
Fiz loucuras por uma noite, para dizer que não fiz em vida.
Já vendi na internet e comprei besteiras também.
Fiquei doente tantas vezes e aprendi que o melhor remédio é o carinho.
Já quase morri afogado e já tentei ajudar pessoas com dificuldade
As vezes quando pequeno chorava porque sabia que meus pais iriam morrer um dia.
Já chinguei, briguei e depois me senti mal.
Já me arrependi amargamente e já quis muitas vezes voltar no tempo.
Comprei sonhos em camelô e já quis ter um terreno no céu.
Em alguns momentos já me vi sem rumo e por mais que conheça a vida... Ela ainda me assusta.
Já fiquei em silêncio querendo falar e aprendi que o egoísmo vicia e faz mal.
Aprendi que lembrar de coisas boas faz bem para o coração e que sorrir é remédio homeopático.
Já viajei o mundo em caravanas eternas.
Já pilotei tapetes e já fiz ônibus com cadeiras.
Me chamam de amigo, inimigo, louco, doutor, primo, irmão, tio e filho. Sou uma enciclopédia de tíulos e ainda estou em construção.
Sou navegante de internet, tiete de mim mesmo e um solitário que ama um certo alguém.
Quis entender as estrelas, o mar e acabei por entender que existem coisas que não se explicam, elas apenas acontecem.
Aprendi que existem muros invisiveis e que distâncias podem se dar mesmo ao lado de quem se ama.
Escutei o som do inaudível e vi o mais certo do ilusório.
Já chorei em segredo e ri muito em roda de amigos.
Já cansei de escrever pela madrugada e assim mesmo, senti que algo melhor pode ser escrito

Rockson Costa Pessoa