Ao passo do que vejo certas coisas, vou
tentando compreender a lógica... E de quase tudo visto eu percebo ser ilógico!
Perdemos a noção do ridículo e a partir de uma idéia desviada de direitos
ficamos reféns do desrespeito e da falta de educação. Reinventamos o caos em
nome das singularidades e teorizamos atitudes em prol de um umbigo mesquinho.
Recordo-me do
início da docência e de quanto me senti privilegiado em estar no mesmo ambiente
de grandes mestres, muitos deles antigos professores! Quantas e quantas vezes
me senti encantado em vê-los trocando idéias e quando discutiam com tal
sabedoria, era perceptível a elegância do discordar sem ofender! Homens
e mulheres com uma caminhada acadêmica e acima de tudo pensadores e
problematizadores da realidade... Ao relembrar isso me causa espanto certas
atitudes de alunos diante de seus professores, o desrespeito e acima de tudo a
imprudência! Tais alunos são para mim desvirtuados, "cegos sociais" e acima de
tudo iludidos por acharem que tal comportamento os servirá de proteção futura... E
vale lembrar para tais "doutores prematuros" que essa segurança por conta
de um livro, não se sustenta ao passo do tempo, afinal o conhecimento é fluidez
jamais fortaleza. De onde tiraram a infeliz idéia que o professor é o centro do
conhecimento? Por que teimam em nos considerar como Atlas? E assim vamos carregando
o aluno e o conhecimento nas costas... Mas é assim mesmo,
o cupim social já corroeu muitos de nós!
Existem muitas
querelas que podem e devem ser consideradas e em todas observamos o mesmo
equívoco de centralidade... Das relações amorosas não estamos longe e assim
vamos degladiando com o parceiro ou parceira por conta do egoísmo que teima em
imperar! Não queremos ceder e tampouco temos piedade dos perdedores - machucamos e
punimos por amar errado! Há quem mate por tal "amor deformado", e no
centro da confusão a mesma ausência de tato com o outro. Na vida pessoal, nos
aspectos profissionais e até mesmo no calor das relações familiares vemos com
tristeza a repetição de tais centralidades... Acredito que é hora de avaliarmos
o que fato somos, penso que assim teremos a compreensão de que nosso valor se
mede pelos atos por nós desempenhados e pelo respeito que procurarmos ter
pelo outro, sem avaliar seu título de doutorado ou se é um tão necessário
auxiliar de serviços gerais de uma instituição. Esquecemos-nos de ver o outro
que reside antes mesmo de seu papel social ou da função que exerce.
De tudo que penso
e das críticas que teço a mim mesmo, vejo que devemos trazer ao centro aquilo
que passamos a desconsiderar... O trivial "bom dia" e o tão
necessário abraço! Que possamos reaquecer as relações e esquecer das posturas
ditatoriais que as vezes passamos a assumir... Talvez quando as coisas voltarem
ao seu lugar correto, o mundo possa ser menos selvagem e assim poderemos viver
sem medo de afrontas ridículas e comparações espúrias que só revelam o animal
que teimamos em reificar em vida.
Um comentário:
Bom Domingo, Ser das mãos mais lindas e inconfundíveis! Sempre no coração de PoA!
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