quinta-feira, 25 de abril de 2013

O centro de tudo


Ao passo do que vejo certas coisas, vou tentando compreender a lógica... E de quase tudo visto eu percebo ser ilógico! Perdemos a noção do ridículo e a partir de uma idéia desviada de direitos ficamos reféns do desrespeito e da falta de educação. Reinventamos o caos em nome das singularidades e teorizamos atitudes em prol de um umbigo mesquinho.
Recordo-me do início da docência e de quanto me senti privilegiado em estar no mesmo ambiente de grandes mestres, muitos deles antigos professores! Quantas e quantas vezes me senti encantado em vê-los trocando idéias e quando discutiam com tal sabedoria, era perceptível a elegância do discordar sem ofender! Homens e mulheres com uma caminhada acadêmica e acima de tudo pensadores e problematizadores da realidade... Ao relembrar isso me causa espanto certas atitudes de alunos diante de seus professores, o desrespeito e acima de tudo a imprudência! Tais alunos são para mim desvirtuados, "cegos sociais" e acima de tudo iludidos por acharem que tal comportamento os servirá de proteção futura... E vale lembrar para tais "doutores prematuros" que essa segurança por conta de um livro, não se sustenta ao passo do tempo, afinal o conhecimento é fluidez jamais fortaleza. De onde tiraram a infeliz idéia que o professor é o centro do conhecimento? Por que teimam em nos considerar como Atlas? E assim vamos carregando o aluno e o conhecimento nas costas... Mas é assim mesmo, o cupim social já corroeu muitos de nós!
Existem muitas querelas que podem e devem ser consideradas e em todas observamos o mesmo equívoco de centralidade... Das relações amorosas não estamos longe e assim vamos degladiando com o parceiro ou parceira por conta do egoísmo que teima em imperar! Não queremos ceder e tampouco temos piedade dos perdedores - machucamos e punimos por amar errado! Há quem mate por tal "amor deformado", e no centro da confusão a mesma ausência de tato com o outro. Na vida pessoal, nos aspectos profissionais e até mesmo no calor das relações familiares vemos com tristeza a repetição de tais centralidades... Acredito que é hora de avaliarmos o que fato somos, penso que assim teremos a compreensão de que nosso valor se mede pelos atos por nós desempenhados e pelo respeito que procurarmos ter pelo outro, sem avaliar seu título de doutorado ou se é um tão necessário auxiliar de serviços gerais de uma instituição. Esquecemos-nos de ver o outro que reside antes mesmo de seu papel social ou da função que exerce.
De tudo que penso e das críticas que teço a mim mesmo, vejo que devemos trazer ao centro aquilo que passamos a desconsiderar... O trivial "bom dia" e o tão necessário abraço! Que possamos reaquecer as relações e esquecer das posturas ditatoriais que as vezes passamos a assumir... Talvez quando as coisas voltarem ao seu lugar correto, o mundo possa ser menos selvagem e assim poderemos viver sem medo de afrontas ridículas e comparações espúrias que só revelam o animal que teimamos em reificar em vida.


Um comentário:

Anônimo disse...

Bom Domingo, Ser das mãos mais lindas e inconfundíveis! Sempre no coração de PoA!