quarta-feira, 29 de abril de 2009

Vira-lata



Viro-lata
Como lixo
Não me deixo
Rotular nem por carinho
Minha raça...
Eu mesmo crio

Viro-lata
E mordo forte
Não me entrego por mero sorte
Afinal sorte é para aprisionado
Em fáceis dogmas do passado
Sou comum, mas sou letrado

Viro-lata
E sujo tudo
Rasgo os assuntos absurdos
Pois na minha lixeira cuido eu
Só porque eu sou plebeu...
Não tenho direito a passaporte?
Pois Andar em comum transporte...
Mas onde vais eu vou também

Vira-lata
Isso eu sou
Sou amante e sofredor
Mas pelo menos vivo
Não ando de laçinhos
E não me escondo em títulos
Sou uma mistura de sentidos
Que bom...
Posso ser tudo que sinto
Sem pedigree e sem carimbo
Sou eu de mim mesmo
Autêntico no espaço
Vira-lata....
Misturado

Sou eterno devotado
Do sentir-se especial
Não me tenhas por normal
Se não tua casa miro e tal
Me vejas por canino
Um inteligente cachorrinho
Que pode balançar o rabinho
Mas nem sempre é cordial

Mordo e mordo
Já disse e repito
Sou vira-lata e não gatinho
Eu lato e não mio
Por isso me deixa passar
E seguir o tino
Não te incomodarei nem um pouquinho
Viva tua vida e segue teu rumo
Pois tenho minhas latas
E isso me basta
Não viverei de mesada....
Minha boca uma sacola já rasga

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