quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mutante...


Ontem eu era alguém e hoje sou outra pessoa totalmente diferente. Amanhã posso ser apenas eu mesmo ou algo melhor.

Sou uma pessoa comum, mas que também sabe ser diferente.

Sou excêntrico e envolvente, um charme de tangente, simples e contente.

Sou chato e antiquado, mas um louco visionário com cartas de baralho.

Sou solitário, sou amigo, papo fácil - conversinha ao pé do ouvido.

Sou sol, sou lua, estrelas sobre chuva, meteoro feroz.

Sou indeciso, inconstante, sou humano e também ser pensante.

Sou andarilho, sou mendigo, sou um louco inofensivo, doutor mais que amigo.

Sou guerra e paz, arma bélica e baladeira, pedra nova focinheira.

Sou tempestade e chuva fina, caminhar em meio brisa - nuvem vaga em tempo bom.

Sou noite tranquila e amanhecer turbulento, sou morte e nascimento - um começo sem fim.

Sou cicatriz, sou batimento, marca e arrependimento, tatuagem em movimento.

Sou maciez, sou lixa dura - navalha que tortura, faca cega de penumbra.

Sou romance, sou fantasia,dor gelada bem tardia, ficção de todo dia.

Sou menino, homem e velho, mosaico de tudo que é belo.

Sou tristeza e alegria, pássaro que voa de dia - morcego na vida trilha.

Sou solidão, sou saudade, espécie de adversidade, arrebatamento convicente.

Sou beleza e feiura, sou morte e vida crua, quadro triste e sem cor.

Sou a vida como ela é, sem scripts, tomadas e diretores.

Sou terra, fogo, água e ar, sou tudo que a vida dá, sou natureza selvagem e bela, romance de platéia.

Sou poesia, prosa e lenda, crônica brega e tenra.

Sou fraqueza, mas também fortaleza, assobio, sutileza, aço e gentileza.

Sou doutor e paciente, silêncio displicente - olhar fugaz, doce e contente.

Sou pedra, sou areia, sou água e corredeira, um mundão de cor assim.

Sou semana e feriado, sou salto e desamparo, cadeira de balanço em pátio quieto e pálido.

Sou ternura e carinho, um abraço um sorriso - um cafuné gostoso e afável, beijo de cuidado.Sou filho, irmão e gente, sou carinho bem contente e carteira no bolso da frente.

Sou rua, sou casa - cidade baixa e noite de lua cinza.

Sou dia nublado e frio gostoso, um café novo, mãos no pescoço, pêlo em volta do corpo.

Sou doença,sou cura, esparadrapo e leve atadura.

Sou religião e emoção, ciência, razão - desapego e reflexão.

Sou paixão e amor, felicidade sem dor, disritimia de flor.Sou comida e jejum, semente e atum, prato raso na mesa farta.

Sou época e temporada, uma alma desalmada - uma lança certeira na cabeça.

Sou deserto e sou povão, um violeiro sem canção, um simples sem paixão.

Sou chegada e saída, um abraço, despedida - choro forte e braço leve.

Sou viagem e partida - carinho de mochila - olhar pra trás e sempre.

Sou assim e assim não sou, sou raiva e sou amor - volalidade sem rancor.

Sou coragem e covardia, dor de cabeça mais que fingida - embaraço do dia.

Sou fome e fartura, cabeça nua, de uma breve corrida tua.

Sou guru, sou legionário, um alienígena encafifado - um boneco de chumbo no armário.

Sou passeio e volta certa, sou cortina descoberta - uma porta sem janela.

Sou assim, simples e confuso, as vezes triângulo outras obtuso, mas sou assim.

Quem sou não sei, mas creio que sou como você:


UM MUNDO, UMA VIDA, então deixa eu ir que a trilha é sinistra e crítica...


Rockson Costa Pessoa

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