Ontem eu era alguém e hoje sou outra pessoa totalmente diferente. Amanhã posso ser apenas eu mesmo ou algo melhor.
Sou uma pessoa comum, mas que também sabe ser diferente.
Sou excêntrico e envolvente, um charme de tangente, simples e contente.
Sou chato e antiquado, mas um louco visionário com cartas de baralho.
Sou solitário, sou amigo, papo fácil - conversinha ao pé do ouvido.
Sou sol, sou lua, estrelas sobre chuva, meteoro feroz.
Sou indeciso, inconstante, sou humano e também ser pensante.
Sou andarilho, sou mendigo, sou um louco inofensivo, doutor mais que amigo.
Sou guerra e paz, arma bélica e baladeira, pedra nova focinheira.
Sou tempestade e chuva fina, caminhar em meio brisa - nuvem vaga em tempo bom.
Sou noite tranquila e amanhecer turbulento, sou morte e nascimento - um começo sem fim.
Sou cicatriz, sou batimento, marca e arrependimento, tatuagem em movimento.
Sou maciez, sou lixa dura - navalha que tortura, faca cega de penumbra.
Sou romance, sou fantasia,dor gelada bem tardia, ficção de todo dia.
Sou menino, homem e velho, mosaico de tudo que é belo.
Sou tristeza e alegria, pássaro que voa de dia - morcego na vida trilha.
Sou solidão, sou saudade, espécie de adversidade, arrebatamento convicente.
Sou beleza e feiura, sou morte e vida crua, quadro triste e sem cor.
Sou a vida como ela é, sem scripts, tomadas e diretores.
Sou terra, fogo, água e ar, sou tudo que a vida dá, sou natureza selvagem e bela, romance de platéia.
Sou poesia, prosa e lenda, crônica brega e tenra.
Sou fraqueza, mas também fortaleza, assobio, sutileza, aço e gentileza.
Sou doutor e paciente, silêncio displicente - olhar fugaz, doce e contente.
Sou pedra, sou areia, sou água e corredeira, um mundão de cor assim.
Sou semana e feriado, sou salto e desamparo, cadeira de balanço em pátio quieto e pálido.
Sou ternura e carinho, um abraço um sorriso - um cafuné gostoso e afável, beijo de cuidado.Sou filho, irmão e gente, sou carinho bem contente e carteira no bolso da frente.
Sou rua, sou casa - cidade baixa e noite de lua cinza.
Sou dia nublado e frio gostoso, um café novo, mãos no pescoço, pêlo em volta do corpo.
Sou doença,sou cura, esparadrapo e leve atadura.
Sou religião e emoção, ciência, razão - desapego e reflexão.
Sou paixão e amor, felicidade sem dor, disritimia de flor.Sou comida e jejum, semente e atum, prato raso na mesa farta.
Sou época e temporada, uma alma desalmada - uma lança certeira na cabeça.
Sou deserto e sou povão, um violeiro sem canção, um simples sem paixão.
Sou chegada e saída, um abraço, despedida - choro forte e braço leve.
Sou viagem e partida - carinho de mochila - olhar pra trás e sempre.
Sou assim e assim não sou, sou raiva e sou amor - volalidade sem rancor.
Sou coragem e covardia, dor de cabeça mais que fingida - embaraço do dia.
Sou fome e fartura, cabeça nua, de uma breve corrida tua.
Sou guru, sou legionário, um alienígena encafifado - um boneco de chumbo no armário.
Sou passeio e volta certa, sou cortina descoberta - uma porta sem janela.
Sou assim, simples e confuso, as vezes triângulo outras obtuso, mas sou assim.
Quem sou não sei, mas creio que sou como você:
UM MUNDO, UMA VIDA, então deixa eu ir que a trilha é sinistra e crítica...
Rockson Costa Pessoa
Rockson Costa Pessoa
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